Sandra Belchiolina
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Em 2019, duas fotos e dois eventos me instigaram. As mulheres eram o foco em ambos.
Tentando escrever sobre, fui puxando fios e fios e agora terei de publicar em duas postagens.
Farei o percurso falando sobre as fotos e os eventos primeiro. Também, selecionei algumas das 25 líderes mundiais apontadas num artigo da ONG Na Prática.
Mulheres dão suas contribuições para humanidade com seus valores e ações.
Primeiro: as fotos. Essa me emocionou: uma mulher bombeira, na lama, fazendo resgate no desastre de Brumadinho.
Recebi sua imagem com os dizeres: “o lugar das mulheres é onde elas quiserem”.
Nessa época, outra mulher apareceu na mídia e vem sendo criticada, por infligir o “dress code”.
Era sua posse na Assembleia dos Deputados de Santa Catarina. Fui pesquisar sobre: Ex-prefeita de Bombinhas/SC (dois mandados) é eleita deputada estadual, com uma longa trajetória.
A foto retrata uma mulher, como muitas que estão nas redes sociais e por aí, sensualizada, com decotes mais ousados. Usava macacão vermelho! O que tudo indica, é uma mulher que sabe o que faz.
E, sua afirmação é de que não irá mudar seu estilo para agradar outros. Seu estilo representa muitas mulheres brasileiras. Então por que mudaria?
Quer infração maior ao dress code do que a de um presidente de chinelo em reunião com seus ministros? Nossa deputada estava muito bonita e elegante.
Essas duas fotos apontam para dois arquétipos femininos. Esses que são representações psíquicas encontrados nas diversas culturas humanas.
Numa das fotos está a representação da santa/fada e na outra a puta/bruxa. Arquétipos que provocam comoção desde sempre.
Não rufem os tambores com ira, não se trata de serem santas ou putas as mulheres apresentadas. Mas sim o que a imagem vista provoca no expectador.
O lugar da mulher é onde ela quiser? E como ela quer?
Seguindo a trajetória do movimento feminino, vamos aos eventos que participei, em que as mulheres eram convocadas.
O primeiro, organizado pela Google, está dentro do projeto da empresa “Cresça com a Google”.
Women Will, título sugestivo – as Mulheres Vão, – seu objetivo é apoiar o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres.
O treinamento gratuito (termo utilizado pela empresa), expõem sobre novas oportunidades de emprego, mudança de carreira e, principalmente, sobre empreender.
Cases de carreiras e empreendedorismo femininos são apresentados.
O segundo evento, Gin & Money, foi organizado por uma estilista. Ela veste noivas e mulheres com alta costura. Tem atelier em Belo Horizonte e São Paulo.
Sua empresa comunga com o feminino e com os grandes rituais de celebração da mulher ocidental: festa de debutante e casamento.
Seu evento tinha como objetivo networking (suponho). Utilizou do recurso de entrevistas de quatro mulheres que são empreendedoras e uma interlocutora. Apresentando também os cases das entrevistadas.
Com essas fotos e eventos, tento refletir sobre esse avanço das mulheres em relação aos seus direitos e suas ocupações no mundo, incluindo no mercado de trabalho.
Sua contribuição para um mundo de paz e mais harmônico. Também, por que desses eventos com chamadas somente para as mulheres.
Pensando nisso, lembrei-me de uma amiga. Certa vez, contou-me sobre sua condição de mulher e negra.
Com suas questões, pude entender o que é ser minoria nos lugares considerados de boa educação, moradia e trabalho.
Minoria? Pesquisando no IBGE: 48,3% dos habitantes do Brasil são homens. E a maioria mulheres 51,7%.
Com esse resultado e os movimentos na sociedade atualmente, podemos pensar que há um no novo paradigma de mercado ou um novo posicionamento social para a mulher?
Na próxima semana, continuo com as líderes mundiais. Seus pensamentos, valores e relatos. Vamos atrás de pistas.
Ver o que realmente é/foi importante para essas grandes mulheres e como elas estão no cenário mundial.