A tal inteligência artificial

Peter Rossi Muito se tem falado sobre a tal inteligência artificial. Nós, mais rodados, ficamos a princípio com medo: medo de que a máquina substitua o homem — realidade já existente, ainda que de forma parcial; medo de que a máquina adquira vontade própria e, como nos antigos filmes de ficção científica, acabem destruindo umas às outras e de resto todo o mundo. Por outro … Continuar lendo A tal inteligência artificial

Recolhimento

Peter Rossi Diante da ameaça de nova mudança de rumos pelas quais estamos sujeitos a passar, dessa vez por causa da dengue, mergulhei nos sentimentos vividos por todos nós nos últimos anos. À minha direita uma janela fechada. Ouço através dos seus vidros, o barulho de uma chuva insistente. Isolado de frente ao computador, fico pensando no que resultou todo esse recolhimento a que fomos … Continuar lendo Recolhimento

O fusquinha quase imortal

Peter Rossi Essa vou contar em primeira mão. Numa roda de amigos ouvi atentamente a resenha e não poderia deixar de partilhar. Osvaldo sempre foi um apaixonado por carros. Ainda menino colecionava reportagens sobre automóveis até que foi editada a primeira revista sobre o tema, chamada “Quatro Rodas”, que acabou se transformando em verdadeira grife sobre o assunto. Salvo engano, até hoje é editada. O … Continuar lendo O fusquinha quase imortal

O cachorro do garçom

Peter Rossi Em primeiro lugar, destaco que acho a palavra garção horrorosa. Graças ao bom Deus, a corruptela do termo francês foi absorvida pela nossa língua, e hoje falamos apenas garçom. Muito mais sonoro. Não fosse isso, tenho comigo que a expressão garção era a “masculinização” da palavra garça, aquele animal, uma ave toda empertigada, parecendo sempre bem vestida, como, aliás, são os garçons. Ruim, … Continuar lendo O cachorro do garçom

Minha cidade

Peter Rossi Toda essa crise me fez desistir de qualquer meio de locomoção. Embora cansado, resolvi andar a pé pelo centro da cidade, da minha cidade, que nunca minha foi. Não brotei nessas serras, mas aqui me acolhi e deixei minha vida se derramar. Brinquei de menino, corri pelas suas praças e homem me fiz. Caminhei por quarteirões que não revia há muitos anos. As … Continuar lendo Minha cidade

Preciso de um lápis

Peter Rossi Romeu era um velho contador. Apesar de músico, ao entrar nas dependências do Banco Mercantil, onde trabalhava, mudava por completo. Um sujeito baixo, porém magro, com a pele bem clara. Calvo, sempre bem barbeado, dava a impressão de ter acabado de sair do banho. Não usava perfume, apenas a loção após barba. Metido, invariavelmente, numa calça de tergal marrom e numa camisa de … Continuar lendo Preciso de um lápis