Paul Cézanne - (1892)

A mais engraçada das histórias

24 de agosto de 1983. Um homem de chapéu-coco repousa um resto de cigarro na boca, o mesmo que fumava desde as nove da manhã. Ao meio-dia, o sol acerta o centro da sua cabeça como um policial treinado acertaria um tiro no escuro. Ele se arrepia como se um espírito tivesse o atravessado.  Encostado no poste em frente ao Banco do Brasil, acompanha a … Continuar lendo A mais engraçada das histórias

Devorador de livros

Tais Civitarese O cachorro deu para comer meus livros. Isso me trouxe um profundo desgosto. Ai de mim se abandonar um exemplar sobre o sofá. É fato que em poucos minutos, será encontrado aos pedaços na garagem, recoberto por terra, irrecuperável. Com o outro cão, eram os sapatos. Talvez isso indique algum tipo de evolução (canina ou minha?). Talvez isso simbolize algo. Descobri esse pendor … Continuar lendo Devorador de livros

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Dores

Tais Civitarese Há algumas dores que se guarda debaixo do cobertor. Quando estamos fortes, deixamos que apareçam e doam o que têm para doer. Quando ainda não temos condições de suportá-las, elas vão ficando lá. Ajuntadas, amontoadas, espremidas entre um pé sonolento e a beirada do lençol. Às vezes, se acumulam, fazem volume e não dá mais para escondê-las. Às vezes, não. Podem ser adiadas, … Continuar lendo Dores