A bela e a fera

Daniela Mata Machado “Enquanto todo mundo espera a cura do mal E a loucura finge que isso tudo é normal Eu finjo ter paciência…” A verdade é que eu pensava que ia durar menos tempo. Pensava que a dor seria mais suportável. Pensava que eu já tivesse aprendido muitas coisas e que elas me seriam úteis. Pensava que já tivesse alguma sabedoria. Eu realmente pensava … Continuar lendo A bela e a fera

Meus inícios e meus fins

Daniela Mata Machado Em um ano de vibração 9 não se inicia nada. Sim, eu estava aqui, consultando o meu Mapa Numerológico Natal pra entender porque pareço uma mosca fazendo manteiga sobre um pires de leite, sem jamais conseguir voar. Bingo! Estou em um ano 9. Num ano assim, a gente finaliza o ciclo, corta tudo o que não serve mais, se afasta do que … Continuar lendo Meus inícios e meus fins

Pra que a esperança sobreviva

Daniela Mata Machado “Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança.” Eu encontrei a frase acima atribuída a Adolf Hitler, mas como já achei coisas estranhíssimas atribuídas a Clarice Lispector ou a Fernando Pessoa, não posso garantir que o ditador alemão tenha mesmo dito algo assim. Ouso dizer que provavelmente não disse. Mas isso não importa porque, ainda que … Continuar lendo Pra que a esperança sobreviva

Olá, Esperança!

Daniela Mata Machado De domingo para cá, tenho a sensação de não conseguir pensar em muitas coisas. Ou talvez eu já possa pensar em coisas mais prosaicas ou menos graves. De algum modo, estou sorrindo mais. Acho, inclusive, que havia me esquecido de como sorrir e andava mesmo irritada com arroubos de felicidade em tempos de muita tristeza. Sim, eu sei que a maioria das … Continuar lendo Olá, Esperança!

Esse barulho incessante

Daniela Mata Machado Foco no agora, Dani. Atenção. Nada de passado ou futuro rondando. Aí o pensamento vai lá na agenda. “Eu tinha que ter marcado aquele atendimento. Será que não é melhor parar agora e anotar. Depois posso me esquecer…” Não, Dani. Foco no aqui. Respira. Foca na respiração. Ok. O ar entra pelas narinas. Sai um pouco mais quente do que entrou. “Meu … Continuar lendo Esse barulho incessante

Somos nós, outra vez

Daniela Mata Machado Nós envelhecemos muito nesses anos. Todos nós. Sozinhos e protegidos pelos filtros do Instagram, escondemos de todos os nossos amigos o tamanho das dores que enfrentamos nesses tempos de solidão e de desesperança. Mas no domingo, apesar das rugas, dos corpos envelhecidos, dos cabelos embranquecidos e da dor que às vezes mal conseguíamos disfarçar, nós não estávamos velhos. Domingo nós levamos a … Continuar lendo Somos nós, outra vez

É pelos sonhos que vamos

Daniela Mata Machado “Cuidado com los miedos, les encanta robar sueños.” Tenho planos de ser feliz no ano que vem. Apesar da carestia, do noticiário duro e sanguinolento, das doenças e até desse sentimento coletivo de Apocalipse. Tenho sonhos gigantescos, que encheriam centenas de vidas com experiências incríveis. Na noite passada, sonhei que tinha feridas na boca e nos dedos e que poderia estar com … Continuar lendo É pelos sonhos que vamos

O amor será eterno novamente

Daniela Mata Machado O sol há de brilhar mais uma vez A luz há de chegar aos corações Do mal será queimada a semente O amor será eterno novamente Era de vestido branco, comprido, rodado e uma flor no cabelo todo em desalinho que eu queria celebrar o amor nesta semana. Tinha que ser num samba, onde tudo começou. E tinha que ser ao som … Continuar lendo O amor será eterno novamente

Desvio de rota

Daniela Mata Machado Uma faxineira lavava a calçada, diante de um prédio de classe média alta numa região nobre de Belo Horizonte, quando um morador do bairro, que passeava pela mesma calçada com o seu cão, decide agredir essa senhora, tomando a mangueira de sua mão, jogando água nessa trabalhadora e, não contente, empurrando a mulher para que caísse no chão. Todos os dias coisas … Continuar lendo Desvio de rota

As sementes do Jotapê

Daniela Mata Machado Para João Paulo Cunha, in memorian Eu queria falar de João. Porque não posso falar de outra coisa. Ou de outra pessoa. Ou das notícias. Tem que ser de João. Mas, ao mesmo tempo, não consigo falar de João. Tudo parece pequeno, pobre e frágil como a minha própria fragilidade, que me impediu de reencontrá-lo em tempo de explicar que sumi porque … Continuar lendo As sementes do Jotapê