Desculpe o mal jeito

Silvia Ribeiro Desculpe o mal jeito. Mas é que eu só sei ser assim, cheia de manias e confusões. As vezes pareço aqueles dramalhões de novela mexicana que ninguém assiste e que todo mundo conhece a história. Vou tentar ser sucinta e te dizer o que anda perturbando os meus hormônios. Acho que é esse seu jeito de menino levado misturado com gente grande, esse … Continuar lendo Desculpe o mal jeito

O cachorro do garçom

Peter Rossi Em primeiro lugar, destaco que acho a palavra garção horrorosa. Graças ao bom Deus, a corruptela do termo francês foi absorvida pela nossa língua, e hoje falamos apenas garçom. Muito mais sonoro. Não fosse isso, tenho comigo que a expressão garção era a “masculinização” da palavra garça, aquele animal, uma ave toda empertigada, parecendo sempre bem vestida, como, aliás, são os garçons. Ruim, … Continuar lendo O cachorro do garçom

Bernadete

Taís Civitarese Um amigo de minha sogra era um excelente pintor. Ele faleceu há pouco tempo após longo período de batalha contra uma doença crônica. Apesar de sua história de vida ser triste, sempre ouvi falar de seu talento.  Na juventude de minha sogra, quando se conheceram, ele pintou vários retratos dela que mais parecem fotografias a aquarela. Frequentemente os vejo nas paredes da casa … Continuar lendo Bernadete

Chega de culpa

Silvia Ribeiro Interessante como vivemos emoldurados em culpas. Parece que tentamos vestir uma capa de super-heróis que com um simples golpe de mágica tudo se resolve, e quando trombamos com essa impossibilidade enchemos os nossos ombros de culpas. Das mais rochosas até as mais levianas. Pra quem não conhece, é aquela velha companheira que vive sempre nos rondando, apontando as nossas falhas, cochichando imbecilidades aos … Continuar lendo Chega de culpa

O “homem do saco”

Luciana Sampaio Moreira Sigo pelas redes sociais, o jornalista mineiro Zê Carota, que relata com bom humor invejável a relação com a mãe, Maria Isabel, que chama carinhosamente de Turca. Como ele, eu também tenho mãe, Elma. Não falarei a idade para preservar a minha vida e não ser chamada de mentirosa nos comentários.  Entre idas e vindas, cuidados e discussões, experimento situações inusitadas como … Continuar lendo O “homem do saco”

Skank

Taís Civitarese Quando o Skank surgiu, eu devia ter 11,12 anos. Apareceram como uns meninos legais que tinham transformado a canção de Frank Sinatra, “Let me try again”, em uma gostosa música ao ritmo de reggae. Ritmo esse que, depois aprendi, era na verdade o ‘ska’. Com canções gostosas e alegres, simples de cantar, eles eram de Belo Horizonte. Pareciam uns primos da gente ou … Continuar lendo Skank

Esse destino é uma delícia

Silvia Ribeiro Depois de tantos desencontros e variados caminhos tortos, chego a um novo destino. Me parece um tanto confuso, a estrada é tortuosa, existem alguns labirintos e muitos cruzamentos. Será aqui o meu lugar? Sigo, e algumas coisas começam a fazer sentido, vejo alguns traços e eles lembram a minha silhueta. As paredes cheiram a tinta fresca e o chão parece que sabe dançar. … Continuar lendo Esse destino é uma delícia

Minha cidade

Peter Rossi Toda essa crise me fez desistir de qualquer meio de locomoção. Embora cansado, resolvi andar a pé pelo centro da cidade, da minha cidade, que nunca minha foi. Não brotei nessas serras, mas aqui me acolhi e deixei minha vida se derramar. Brinquei de menino, corri pelas suas praças e homem me fiz. Caminhei por quarteirões que não revia há muitos anos. As … Continuar lendo Minha cidade

Festa sem beber

Taís Civitarese Um amigo anunciou a festa de seu aniversário valendo-se do seguinte chamariz: “teremos bar de drinks, muito champagne e tipos variados de cervejas artesanais!”. Não estranhei, pois inebriar-se está notoriamente atrelado ao conceito habitual de diversão. Anestesiar-se dos problemas, soltar as amarras, sentir-se eufórico e alegre de forma instantânea. Porém, cá no meu canto, tenho uma experiência particular com momentos ébrios. Nas minhas … Continuar lendo Festa sem beber

De frente com Silvia

Silvia Ribeiro Tenho tido muitas tentativas de me entender e decifrar algumas ondas que, às vezes, batem forte no meu rosto, e outras que apenas sussurram ao meu ouvido eriçando a minha janela. E acabei percebendo que dentro de mim abriga um ser que tem vida própria e que vive completamente avesso às percepções que me fazem sentir plena dia após dia. Uma criatura que … Continuar lendo De frente com Silvia