Não me chame de amor…

Rosangela Maluf   Como sempre vem acontecendo nos últimos meses, ela acorda de mau humor. Olha o relógio em sua mesinha de cabeceira e vê que ainda é muito cedo: 7h45. Resolve ficar mais um tempo na cama, mas sente-se mal. Quer respirar profundamente. Não consegue sem enorme esforço. Além disso, tem sede, muita sede. Talvez tenha sido o vinho que lhe acompanhara na noite … Continuar lendo Não me chame de amor…

Uma netinha, da hora!

Rosangela Maluf Estou esperando que Nadja termine seu tratamento de dentes pra levá-la pra casa. Sou uma boa avó e hoje, atendo a um pedido da minha nora que não poderá vir, serei eu a ir buscá-la.  Como ótima avó que sou, entregarei a netinha linda, respirarei fundo e voltarei correndo para a minha casa vazia que espera por mim, cheia de silêncios que me … Continuar lendo Uma netinha, da hora!

Presentes que me dou: Os Gatos (6)

Eles são três: duas meninas lindas, louras, elegantes, calmas e carinhosas! Uma é a Kekel (Rachel), a outra é Rutão (Ruth). Além das duas tenho um tigrinho, o Shime – que significa gato, em tibetano. Incrivelmente sapeca, levado, bagunceiro, briguento, mas carinhoso também. Eles são muito companheiros e, em tempos de “tempo de sobra” me ajudam a ocupar os espaços vazios. Me divertem e às … Continuar lendo Presentes que me dou: Os Gatos (6)

Amores de internet

Rosangela Maluf Pobre Marly! Fazia muito tempo que, em todas as quintas-feiras, íamos as três, no mesmo horário, fazer as unhas no salão da Lena. Era um hábito antigo. Manicures & nós: já éramos mais que amigas, confidentes, conselheiras e humoristas. Entre cafezinhos e gargalhadas, nos divertíamos muito. Era uma forma de nos encontrarmos uma vez por semana, longe do trabalho, dos maridos e dos … Continuar lendo Amores de internet

Presentes que me dou: A música (3) - Pixabay

Presentes que me dou: A música (3)

Rosangela Maluf O dia é longo. Ainda bem, assim poderei fazer tudo que quero. Hoje é segunda-feira, dia de dar uma ajeitada na casa. A faxineira que antes vinha duas vezes por semana (no apartamento enorme), agora vem de quinze em quinze dias (no apartamento pequenino). Nos outros dias me organizo para deixar tudo do jeito que eu gosto, muito arrumado, muito limpo, muito cheiroso: … Continuar lendo Presentes que me dou: A música (3)

Na Folha de Inhame

Rosangela Maluf Não me lembro de ter feito outras vezes, uma viagem sozinha com o meu pai. Quero dizer, só ele e eu. Todas as minhas fotos e lembranças são da família inteira reunida. Em férias, a bordo da Rural Willys, cor de café com leite, éramos então cinco pessoas, pois os gêmeos só chegariam algum tempo depois. Papai, mamãe, meus dois irmãos e eu.  … Continuar lendo Na Folha de Inhame

Presentes que me dou: O café (2)

Rosangela Maluf O prédio inteiro está em silêncio. Aos domingos tudo é ainda mais calmo. A ausência de vozes, a quietude. Nenhum carro sai da garagem. Não há gritos de crianças indo para o clube, nem mães clamando “cuidado”. O domingo é de sol, mas estamos todos pagando o preço do isolamento social imposto pela pandemia. Quietos em casa, estamos todos. Cuidando de nós e … Continuar lendo Presentes que me dou: O café (2)

Presentes que me dou: Meditação (7)

A manhã radiante enche de luz o escritório onde instalo meu pequeno altar. O sol brilha forte. O céu, sem nuvens, é de um azul absurdamente intenso. Me preparo para a primeira meditação do dia. Momentos só meus, de entrega, de receptividade. De confiança ilimitada e da certeza de que sairei um pouco melhor e um pouco mais forte após esta prática. É assim, todas as … Continuar lendo Presentes que me dou: Meditação (7)

Presentes que me dou: O Despertar (1)

Mais um domingo de céu azul e sol brilhante. Mais um dia de isolamento social, de permanência em casa com muito medo da virose que, a cada dia, faz milhares de vítimas. Sem poder abraçar ninguém com medo de nos infectarmos. Beijar então, nem pensar. Procuramos ao máximo distanciar-nos uns dos outros, nos resguardando e resguardando o próximo também.  A pandemia tem feito de nós … Continuar lendo Presentes que me dou: O Despertar (1)