Desenhos em nuvens

Peter Rossi   Olha eu de novo com minhas reminiscências… Acontece que algumas imagens cismam de petrificar em nossas retinas, trazendo-nos sempre de volta a situações que vivemos enquanto crianças. Como acontece assim, sempre! Devo mesmo ter tido uma infância sensacional pois a ela retorno, sistematicamente. As imagens são sempre boas e no peito bate um coração de menino, feliz com cada surpresa novamente revelada. … Continuar lendo Desenhos em nuvens

Amiga

Taís Civitarese Fiz uma amiga por um único motivo. Uma vez, pisei na bola com ela.  Ao invés de me odiar e romper a amizade, ela nada fez. Continuou a me tratar normalmente, com a mesma amizade de sempre.  Onde eu esperava raiva, encontrei paz. Onde esperava rancor, encontrei leveza. Onde senti medo, encontrei um sorriso. E nossa conversa continuou do mesmo jeito. Somos amigas … Continuar lendo Amiga

Essa tal felicidade. Fonte: Pixabay

Em busca da felicidade

  Eduardo de Ávila Na minha já distante infância, quando a imagem (preta e branca) da televisão chegou em Araxá, era essa a telenovela que parava as cidades do todo o Brasil. Como era comum dizer na ocasião – com grande elenco – me lembro de ouvir que seria uma adaptação de rádio novela transmitida em décadas anteriores aos também já distantes anos 60. Mais … Continuar lendo Em busca da felicidade

Até o próximo inverno

  Silvia Ribeiro Não faz muito tempo eu quis usar o termo “esnobe”. Mas isso me deu um certo desconforto causando o receio de uma provável ofensa. Imaginei que eu poderia ser cambaleante nos meus achismos e isso insultaria os meus preceitos, sendo que tudo o que eu queria naquele momento era ser uma boa anfitriã. Tenho muito constrangimento quando se trata de magoar as … Continuar lendo Até o próximo inverno

Na folha de inhame

Rosângela Maluf   Não me lembro de ter feito outras vezes, uma viagem sozinha com o meu pai. Quero dizer, só ele e eu. Todas as minhas fotos e lembranças são da família inteira reunida. Em férias, a bordo da Rural Willys, cor de café com leite, éramos então cinco pessoas, pois os gêmeos só chegariam algum tempo depois. Papai, mamãe, meus dois irmãos e … Continuar lendo Na folha de inhame

Nova Lima

Peter Rossi   Aquela era uma cidade como poucas são. Nossas cidades tendem a ser especiais, únicas. As cidades, cenários de nossa infância que povoam nossos corações, mas que só quando adultos percebemos. Minha terra era assim. Simples e plena. Cercada de montanhas, muitas montanhas, todas cobertas de verde e pedras. Mais verde que pedras, é verdade. Como eram lindas essas montanhas. Alcançavam as muitas … Continuar lendo Nova Lima

Antipatia semântica 2

Cá venho eu contar sobre mais duas palavras que me causam irritação. O interesse nesse tópico não cabe a ninguém além de mim mesma, porém compõe o rol das inutilidades que, por uma razão ou outra, preciso dividir. Na falta de um ouvido mais próximo, o imbróglio coube a você, amigo leitor. 🙂 Lembrei-me de tais verbetes por motivos diversos na semana passada e, ao … Continuar lendo Antipatia semântica 2

Sobressaltos do dia a dia

Tenho vivido num estado de melancolia, já faz algum tempo, resistindo e vencendo sugestões de desanimo com projetos e fantasias para o tempo que ainda me resta nessa passagem no plano existencial. Não, já vou logo avisando, nada de depressão – por favor – só um tanto desiludido com os rumos que o planeta e os nativos desta terra descoberta por Cabral insistem em caminhar. … Continuar lendo Sobressaltos do dia a dia

Todos os dias na minha cama

Silvia Ribeiro Quando te vi uma estranheza tomou conta dos meus pensamentos. De onde vinha aquela fascinação farejando o meu cio? Uma fêmea com uma sutileza tresloucada abrindo vergões nos meus desejos e os tornando cada vez mais astutos e disponíveis, sem pensar na rotina e nem nas paixões que ficaram fora de moda. Uma coleção de esperança capaz de dar trégua ao que parecia … Continuar lendo Todos os dias na minha cama

Quando eu morri

Rosângela Maluf   Ontem, quando eu morri, era quarta feira, 19 de abril, dois dias depois do meu aniversário de 50 anos. Não pensei que uma cirurgia tão simples pudesse terminar numa parada cardíaca. Estou achando que me vou cedo demais, mas não teve mesmo jeito. A moça de azul entrou na sala do CTI, verificou os fios, suspirou profundamente, me olhou e apertou uma campainha que, imagino, … Continuar lendo Quando eu morri