A onda de violência pelo mundo, em destaque no nosso Brasil e em cada unidade da Federação, tem um forte aliado: a negligência dos responsáveis pela segurança pública. Em alguns casos, vai além disso, chegando a indícios de conivência. A quem isso interessa? Entre as hipóteses, destaco como a de menor gravidade o uso do tema como palanque eleitoral, sem descartar a possibilidade de outras alternativas ainda mais inaceitáveis.
Aqui em Minas Gerais, estado que sempre se destacou ao longo dos tempos pela solidariedade e por ter um sistema de segurança exemplar no país, o cenário atual está deixando os cidadãos em pânico. A Polícia Militar, que já foi exemplo nacional e orgulho dos mineiros, passou a conviver com seu uso para fins políticos, em busca de mandatos municipais, estaduais e federais, quase nunca devolvendo em interesses e valores de seu contingente. O respeito à farda, consequentemente, tem sido abalado por essa situação.
Dito isso, como cidadão – antes de ser advogado e jornalista – aficionado por futebol e defensor do meu time do coração, acompanho, com uma dose cavalar de indignação, como os tempos recentes perderam o glamour da boa e saudável rivalidade. Culpa dos clubes, das federações e da confederação nacional, junto às autoridades responsáveis – e eleitas – que nunca colocam em prática seus discursos e plataformas de governo.
E isso ocorre em todo o país. No Nordeste, assistimos torcidas emboscando ônibus de time adversário. No maior estado do Brasil, o mais rico, São Paulo, marginais travestidos de torcedores organizados realizaram outra emboscada, causando vítimas em uma torcida que nem jogava contra o seu clube. Recentemente, no Estádio do Galo, penalizado por isso, foram atiradas bombas contra o time adversário e profissionais que trabalhavam na partida que decidiu a Copa do Brasil.
Em função do caso mencionado em território paulista, o time dos agressores – Palmeiras – jogará amanhã em Belo Horizonte. Um jogo importantíssimo para ambos os clubes: um ainda sonhando com o título, o outro buscando a classificação para a Libertadores. Diante de ameaças de retaliação, o governo de Minas – através da área de segurança pública – admitiu sua incompetência para garantir segurança à torcida visitante. Curiosamente, neste mesmo ano, Palmeiras e São Paulo decidiram um troféu em Belo Horizonte, e as mesmas forças de segurança garantiram a realização do evento antes, durante e depois. Os torcedores viajaram pela mesma estrada que liga São Paulo a Belo Horizonte.
Como consequência disso, acionada pelo time paulista, a cbf determinou público zero: portões fechados e sem torcedores. Os maiores prejudicados, mais que os dois times e suas torcidas, é o futebol brasileiro, já decadente por situações como essa e outras aberrações de interesses comerciais da organização e da rede de transmissão. Já o governo mineiro, que recentemente, através do vice em exercício que aproveitou para fazer campanha antecipada, agora se mostra fraco e confessa não estar preparado para esse trabalho e monitoramento.
Ontem, ouvi de um amigo algo muito interessante: no consagrado carnaval de Belo Horizonte, que recebe milhões de foliões, essa mesma força de segurança consegue assegurar a tranquilidade do evento. E agora? Qual o interesse? Um time mineiro precisando vencer e um time baiano (coincidentemente da terra do presidente da CBF) brigando pela mesma vaga. Seria incapacidade operacional ou proveito em favor dos interessados? Como atleticano, ainda de ressaca pela perda do título, eu não acredito!
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O mundo está violento.
Mais uma vez a cbf tentando prejudicar um time mineiro. Essa organização criminosa já cansou de prejudicar o Galo, e agora tenta bagunçar a vida do Cruzeiro. E com isso, beneficia um time paulista, o Palmeiras, ainda na luta pelo título brasileiro. Com a decisão dessa turma, o Palmeiras será muuito beneficiado, pois joga na casa do adversário, sem a pressão da torcida azul, que, com certeza, iria lotar o Mineirão. Até quando essa turma da cbf vai continuar nos fudendo???