Sexta-feira, dia 8 passado, cheguei mais perto dos 70 anos. Calma, ainda faltam três; fiz tão somente 67. Mais que meu saudoso pai, que, beirando os 64 anos, deixou este então e até hoje adolescente à mercê de desfrutar o melhor dessa passagem pela vida terrena. E continuo sem pressa em viver na espiritualidade. Sei que lá é muito bom, mas aqui também é, então que seja plena enquanto dure. Vai que lá não tem Galo!
Meus aniversários, diferentemente dos tempos de criança – esperados o ano todo e sonhados com presentes (bola de capotão era o maior desejo) – agora são discretos. Na medida do possível! Passei boa parte do dia respondendo a dezenas, talvez centenas de mensagens pela data, e numa delas surgiu um convite que me seduziu. “Oi, você pode ir à orquestra comigo hoje?” Prontamente aceitei; só precisei de um tempo para ajustar a programação combinada com amigos.
Explicando: fui batizado na Orquestra Filarmônica de Minas Gerais ainda em meados deste ano. Conhecia o espaço, que o governo estadual, quase num ato de insanidade, ameaçou confiscar de quem aprecia a arte. A reação foi tão forte que recuaram, tempo suficiente para atacarem o BDMG Cultural. Coisas da insensibilidade de quem governa a coisa pública como se fosse propriedade particular visando lucro. E o social? Esse não existe para quem obtém isenções de impostos compensatórios ao investir em governos capitalistas.
Mas o que me interessa hoje foi a linda apresentação que ganhei de presente de aniversário, sem que a anfitriã imaginasse o tamanho da minha alegria. Foi minha terceira vez na Sala Minas Gerais, e ainda serão muitas. A primeira, a convite da própria amiga, em abril, foi uma “viagem do clássico ao jazz”. Foi meu batismo, nem tanto de fogo, pois sou do tipo que segura o ímpeto em ambientes novos. Por isso, não dei bandeira quando tive impulso de aplaudir, mas não era o momento. Tempos depois, a convite do amigo Celso Adolfo, fui assistir a ópera “Madame Butterfly”.
Pois bem, agora, nesse dia tão especial de envelhecimento precoce, lá vou eu na boa companhia dessa amiga querida – Juliana – assistir a “Musicais da Broadway”. Ainda me sentindo um sapo fora da lagoa, mas me adaptando a essa opção de entretenimento, acompanhamos, numa viagem musical, trilhas de “A Noviça Rebelde”, “Mary Poppins”, “Evita”, “Jesus Cristo Superstar”, “O Fantasma da Ópera”, entre outros. São mais de duas horas de apresentação, em cada espetáculo, que a gente nem sente passar. Tipo aquelas boas prosas no bar ou na cafeteria, quando percebemos que o tempo voou.
Conto isso com tanta motivação porque, ainda em tempo, descobri uma terapia eficiente para acalmar e equilibrar a correria de cada dia. A exemplo do estádio do meu time do coração (precisa dizer? Galo!), onde tenho cadeira cativa, já estou na fila para adquirir a assinatura anual na próxima temporada. Um ano inteiro de música para encerrar cada semana trabalhada. A meu ver, imperdível, não só para amantes da música clássica e da Filarmônica, mas para quem procura equilibrar corpo e espírito. Fui lá na sexta, e ainda estou sob o efeito anestésico daquele momento. E domingo, quem conhece minha relação com o Galo, imagina como voltei daquela decisão. Valeu, Juliana!
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Comemorar “o natalício” no boteco, na fazenda, no salão de festas do edifício, na sala de casa, na Sala Minas Gerais… Acima de tudo, comemorar! Parabéns, grandessíssimo atleticano! Sigamos.
Eduardo sempre buscando e encontrando as boas coisas da vida! Você é demais, amigo, querido. E comemore sim, o que é bom vale a gente aplaudir. Viva!
Parabéns. Temos de tomar um café para comemorar.