Na crônica A foto do ano, horror que nos assola faço referência a foto que ficou em primeiro lugar no concurso World Press Photo. É um click que denuncia as mortes de crianças na guerra entre Israel e Hamas. Outra foto denúncia que causou polêmica e também premiada é aquela que retrata uma criança agachada e um abutre na espreita.
A foto mencionada (capa da crônica) foi clicada por Kevin Carter. Ele compunha o grupo de quatro fotógrafos denominado Bangue-Bangue Clube. Retrataram a realidade dentro dos Townships da África do Sul quando o país estava na transição do regime do apartheid – 1990 a 1994. Seus colegas eram Greg Marinovich, João Silva e Ken Oosterbroek.
A foto mais famosa de Carter não foi tirada na África do Sul e sim quando foi em missão para o Sudão para documentar movimentos de guerrilha local. Mas seu olhar foi capturado pela miséria e fome que encontrava a população local. Entre os clicks estava a da menina e o abutre. Foi encaminhada por seus colegas para o Pulitzer – premiação estadunidense concedida para as pessoas que se destacam no jornalismo, literatura e música. Em 1994 sua foto recebeu a premiação máxima e com ela uma avalanche de críticas.
Quando publicada pela primeira vez em 26 de março de 1994, a vida de Kevin virou um inferno devido aos questionamentos sobre o que ele fez para a menina e interrogavam onde ela estava. Seu autor já fragilizado com o tipo de trabalho e perda do amigo, não resistiu à pressão popular passando a abusar de drogas, se deprimiu e veio a suicidar dois meses após o recebimento da premiação.
Oosterbroeck foi morto quando uma bala das forças de manutenção da paz o atingiu por engano, no momento em que cobria o conflito no subúrbio de Tokhoza. João Silva e Greg Marinovich permaneceram vivos e lançaram o livre O Clube do Bangue-Bangue que relata o dilema ética que o fotojornalismo enfrenta. O documentário: “Morte de Kevin Carter: O Desastre do Clube Bangue-Bangue” teve indicação ao Oscar em 2006. A história do quarteto pode ser vista também no filme baseado em fatos reais: Bangue-Bangue Clube.
Segundo Marinovich: “Tragédias e violência certamente geram imagens poderosas, é para isso que somos pagos. Mas cada uma dessas fotos tem um preço: parte da emoção, da vulnerabilidade, da empatia que nos torna humanos se perde cada vez que o obturador é disparado. Evidente que em grau maior, trata-se da mesma banalização que nos acomete ao olhar os jornais diariamente: há abismos demais.” (anf.org.br)
A foto da criança do Sudão chocou o mundo e ainda circula mostrando as desigualdades em que vivem populações e com elas o desamparo das suas crianças. Conforme relatos, Kevin utilizou de uma teleobjetiva para aproximar o abutre da criança, ele mesmo estava a grande distância dela. Após a foto, ela levantou e o abutre voou e a pequena veio a falecer em 2006 por doença ocorrida por sua precária condição de vida.
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