Defensora do amor

Silvia Ribeiro

Sempre fui uma defensora do amor.

Defendo a sua compostura, a sua galhardia, e o seu andar na direção certa. Pra mim, não há nada mais elegante.

Gosto do seu jeito cerimonioso, sóbrio, e sem caras e poucas, e até das suas molecagens na hora de dormir.

Claro que ele tem lá as suas derrapadas, e que é meio burrinho, às vezes. Principalmente quando bate em portas emperradas e confunde joia rara com bijouteria. Ou acredita em pessoas que se alimentam somente de teorias.

Ainda assim, nada tira o seu brilho.

Adoro a sua voz rouca dizendo ao meu ouvido:

Era por mim que procuravas?

Então, me receba de uma ponta à outra, finque seus pés quando eu me fizer ventania, e não saia por aí em busca de abrigo.

Deixe que a minha tempestade molhe o seu corpo e me mostre a insanidade da sua lingerie.

Quero descobrir o seu gozo e o seu sorriso quando se entregar, não pare quando eu te disser que quero mais, e por alguns instantes faça de mim o homem da sua vida.

Quando eu me acalmar fique quietinha em meus braços e eu secarei cada gota de lágrima que inundou o seu coração, e toda a saudade que aprendeu a viver dentro dele.

Aguente o meu afeto e todo o misticismo da minha alma, reflita sobre a minha chegada e me deixe ficar.

Não se envergonhe de mim e nem mude os meus “hojes”, porque são neles que você sempre está.

Me olhe de uma forma picante e me transforme em alguém que te leve até as estrelas, e não me deixe ser apenas um menino fora do ninho. Continue me contando histórias bonitas.

Veja como juntos somos deliciosos, me beba, e me coma.

Não se aposse de recato porque eu irei te despir, estarei em cada curva que desenha os seus desejos, e beijarei todos os ângulos dos seus sentimentos.

Não queira me entender nem saber por onde eu vou.

Me aceite de qualquer jeito.

4 comentários sobre “Defensora do amor

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