Peter Rossi

Na minha última crônica, falei sobre o Marquinho, morador de rua, fui traído por informação tida como verdadeira por todos, mas que depois, felizmente, foi desmentida.

Algum incauto “matou” o Marquinho, sabe-se lá por qual motivo, além de querer estarrecer a todos nós que, de uma forma ou de outra, convivemos com ele.

Mas o fato é que Marquinho está vivo, firme e forte. Tomo emprestadas as palavras do saudoso Belchior: “ano passado morri, mas esse ano não morro!”

É um sujeito de sorte o nosso amigo. Emergiu das cinzas da ignorância alheia qual uma fênix.

Nesse contexto, além de me desculpar por ter sido um crédulo cego, avalio que o tema ali debatido não perde a sua importância.

É preciso sempre pensar e acreditar que devemos nos antecipar aos fatos. Homenagens póstumas só servem para dar pretensa notoriedade aos políticos. Devemos mesmo é cultuar as pessoas com as quais nos relacionamos, enquanto ainda vivas, aquecendo seus peitos e acalentando suas almas.

Talvez o renascimento do Marquinho tenha tido mesmo esse condão. Uma nova oportunidade para que possamos estabelecer com ele um vínculo de respeito que ultrapasse o arrependimento.

Façamos mais e lamentemos menos! 

Nesse novo cenário vamos comemorar a vida e agradecer pelo fato de que o que ontem era uma mentira deslavada, ter se tornado uma alegria.

E avisemos ao Pirata que a sua vida feliz prosseguirá, como ele sempre quis, ao lado do seu amigo maior, Marquinho.

A esquina não está mais vazia e, sigamos o mesmo exemplo, vamos preencher nossas entranhas com mais ação e menos comiseração.

Bem-vindo Marquinho!

Estaremos mais atentos a sua presença. Não é invisível, pelo contrário, se fez de tal apenas para despertar em nós essa questão: devemos aproveitar as oportunidades!

Além de não construirmos desalentos e lamentos excessivos, no enfrentamento dos fatos sairemos mais fortes e convictos.

Marquinho, quando encontrarmos não se esqueça de pedir a cachaça. Aliás, não peça. Estarei atento a isso.

Viva Marquinho, viva o Pirata!