O melhor restaurante da Ásia

Wander Aguiar

Enquanto criança sustentei fortemente meu paladar infantil: queijo era só muçarela, salada nem de perto, frutas só algumas específicas, de preferência acompanhadas com algum doce e, se deixasse, Mc Donald’s era todo dia!

Com o passar dos anos, fui tomando gosto pelo diferente e para dizer que não gosto, tenho no mínimo que ter experimentado. Isso me trouxe a oportunidade de experimentar comidas incríveis e outras nem tanto.

Quando estávamos indo para a Tailândia, assisti o episódio do Chef Gaggan Anand no Chefs Table (Netflix), e cismei que teríamos que jantar no restaurante dele e não tive sossego até conseguir uma reserva no extinto e aclamado Gaggan. À época, o 3º melhor restaurante do mundo e o 1º da Ásia pelo ranking The World’s 50 Best Restaurants.

A experiência prometia 24 finger foods (“salgadinhos”) que na nossa cabeça seriam 24 porções pequenas que juntas formariam um jantar de sair mais do que satisfeito. Detalhe: eles não contavam o que iríamos comer, sendo assim, comemos de cérebro de bode enrolado no papel de arroz a folhas de ouro numa sobremesa e só descobrimos no final. A apresentação dos pratos era impecável!

Chegou à nossa mesa uma folha empanada, sim uma folha! E outras extravagâncias como uma coxinha de perdiz numa gaiola, um bolinho crocante com carvão, um pedaço de peixe embrulhado numa folha de bananeira que colocavam fogo quando iam nos servir, uma rosa doce de beterraba, uma esfera gelificada com caldo de alguma coisa, vieira fresca com um molho espetacular… Enfim, provamos de tudo e de fato foi uma experiência incrível, porém, aquela máxima de que restaurante chique serve pouca comida prevaleceu e, após comer 24 porções mínimas durante 3 horas e pagar a conta mais cara de restaurante que já havíamos pago até aquele momento, saímos de lá com a sensação de que por mais que a comida estivesse muito boa, não estávamos cheios e poderíamos repetir centenas de vezes aquele maravilhoso hambúrguer de cordeiro do tamanho da nossa unha.

Bônus: Aquele chef, humilde, dedicado e simpático que aparecia no episódio estava por lá sendo arrogante e pretensioso a ponto de me fazer mudar de ideia sobre a foto que eu queria tirar com ele, mostrando que para todo o glamour do local e da comida o ouro que se vendia não reluzia tanto assim!

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