Não deve ser fácil ser jovem hoje em dia. Como encontrar motivação para estudar e vislumbrar uma carreira em tempos de influenciadores falando montes de besteira e embolsando milhares de reais no instagram?
Quando atores, cantores e modelos faziam publicidade, era mais fácil de compreender essa dinâmica. Eram artistas que agregavam a projeção atrelada a sua fama, talento ou aparência à imagem que um produto gostaria de ter. Revertendo-se para o mundo da influência digital, são pessoas que trocam a exposição de parte de suas vidas e a constância em se comunicar pela possibilidade de angariar espaços publicitários. Troca essa com potencial de ser altamente rentável.
Acredito que o que esteja sendo verdadeiramente oferecido como escambo na internet sejam alternativas à solidão do espectador. A certeza, para quem acompanha, de que haverá um post, uma informação, um “story”, uma foto. A furtiva sensação de conexão e de compartilhamento de momentos.
Isso me faz refletir sobre o quanto somos sozinhos. A companhia – ou a ilusão da mesma – tem sido a mais valiosa moeda de troca de nosso mundo. Quem oferece um sinal de presença ou “a si mesmo” é buscado, seguido e consequentemente, patrocinado.
No pacote do voyeurismo embarca frequentemente a divulgação de informações equivocadas. Porém, isso não parece ter a menor importância. Até os que nada fazem de especial têm seu mérito: estarem sempre ali. Têm voz, imagem, cores, forma. E isso, para muitos de nós, é melhor do que encarar o vazio.
Nossa solidão é a pedra motriz de toda essa estranha engrenagem. Juntamente à falta de crítica. Tememos o vazio e tratamos de tamponá-lo com sequências de imagens e barulhos rasos. Isso só faz aumentar a erosão de nossos sentimentos. Além de nos dar uma visão completamente editada do mundo (não é possível que a vida alheia seja assim tão interessante!). Se ao invés, preenchêssemos o tempo com estudo, aprendizados, leituras, reflexão e momentos não-instagramáveis, teríamos menos medo de nós mesmos. Teríamos de fato “conteúdo” e solidez. Possivelmente também, por consequência, seríamos devolvidos a uma realidade muito mais interessante.
Mário Sérgio Difícil encontrar empregos naqueles tempos. O assunto em televisão, rádio e jornal, era…
Rosangela Maluf Ah, bem que você poderia ter ficado mais um pouco; só um pouquinho…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Moro em uma região de baixa altitude da cidade, a um quarteirão…
Peter Rossi Nada melhor que uma boa sesta, estirado no sofá da varanda, depois de…
Wander Aguiar Talvez eu nunca mais consiga tal proeza, mas sim, meus queridos leitores, eu…
Ando exausta com a hipocrisia. Exausta com quem profere a frase “moral e bons costumes”.…