Da minha janela eu vejo
O tiziu no seu ritmo e canto
sobe e desce
tiziu…tiziu
Equilibrista num galho infinitamente mais fino do que seu corpinho
Sobe e desce
tiziu…tiziu…
Da minha janela eu vejo
Além do tiziu
o brejo e seus buritis
Úmido, verde, verde…
Lá tem buritis e sapos coaxando
Coach… coach…
Da minha janela eu vejo
Além do tiziu, do brejo, dos buritis
Vejo as plantações de cana
Verde, verde …
Um mar verde e monocultura
E nesse mar, o cerrado se foi…
Da minha janela eu vejo
Vejo os caminhões da usina
E, pó vermelho levantando
É um vai e vem de cana
E pó levantando…
Da minha janela eu vejo
Além do tiziu, do brejo, dos buritis, da cana, dos caminhões, do pó
Vejo o sol
AAhh!!
O sol em matizes rosa, laranja, vermelho
Ora mais à esquerda no horizonte
Ora mais à direita
Vejo o pôr-do-sol multicolorido
Da minha janela vejo a vida passar
O tempo correr…
Tempo passou
No agora, não há mais
Tiziu, brejo, buritis,
Vejo uma selva de pedras se erguendo
E a vida passar…