Eduardo de Ávila
Sou belorizontino, de coração e honorário – pela benevolência do então vereador Lúcio Bocão -, cidade que me acolheu tem 50 anos. Isso significa que mais de dois terços da minha existência foi vivida na capital mineira. Minha identificação com a cidade vem desde os primeiros tempos, capitaneada por minha indisfarçável Atleticanidade.
Aqui foi meu primeiro emprego, duas faculdades – Direito (Milton Campos) e Jornalismo (antiga FAFI e hoje Uni-BH) -, inúmeras de gratas amizades e meu atual trabalho, onde estou tem quase 30 anos. E, claro, namoradas, casamento e filha (embora por capricho do pai e da mãe, tenha nascido em Araxá, terra nossa). Meu sentimento com Belo Horizonte foi de amor à primeira vista, sem nunca ter passado por uma DR (discussão de relacionamento).
Tem de tudo aqui. Se falta praia, as prosas nos botecos (mesmo sem beber) são sempre saudáveis. Mesmo sendo mais frequente em cafeterias, não nego um convite para participar de uma roda no bar. Encontros periódicos de conterrâneos e velha guarda do jornalismo, estão na agenda mensal. Ontem foi dia dessa segunda reunião. E muito mais. Cinema, teatro, show, jogos do meu time do coração somam nessa extensa programação. Ah! E até os tempos atuais, ainda trabalhando. E feliz no job!
Nesse vai e vem diário, um único problema – sem perspectiva de solução e melhora – incomoda muito. O trânsito. Seja em dia normal, feriado, fim de semana ou férias. Que situação! Além da péssima gestão e fiscalização da BHTrans, “costumes” enraizados de gente mal educada complicam ainda mais o caos urbano. Não há PQP que resista e possa ser economizado nas nossas bocas. Até que o ônibus urbano, apesar de alguns probleminhas, melhorou consideravelmente. Acompanhar horário e trajeto, via aplicativo, era algo inimaginável em tempos passados.
Mas sair de carro virou uma aventura. Cruzamentos obstruídos por apressados que não se incomodam em fechar a passagem de dezenas – as vezes centenas – de veículos por total falta de urbanidade e egoísmo. Alguns cruzamentos são vitimas dessa situação sistematicamente. Porta de escola, sem constrangimento, sugerem a madames e papais folgados filas duplas e até triplas. Que se danem os outros. Como se não bastasse, ainda os motoqueiros, os donos das ruas. Mal educados, transitam impunemente entre os carros – em confronto com a legislação do trânsito – causando acidentes com prejuízos materiais e vitimas (via de regra eles próprios). Desrespeitam por toda a capital as vagas exclusivas para veículos de quatro rodas (vide segunda foto).
E as vagas especiais de estacionamento para idosos e PCD, costumeiramente ocupadas por jovens motoristas desse triste momento individualista e egoísta. Já ouvi e presenciei cenas nesse caso que seriam cômicas, não fosse a grosseria desse tipo de gente folgada. Desde ignorando o alerta que a vaga é preferencial até mesmo justificativa que será rapidinho a permanência. Essa semana, próximo ao Diamond, um moço em torno de 30 anos explicou assim, fiz questão de voltar ao local dessa infração quase cinco horas depois e o veículo estava lá no mesmo local. E a BHTrans, através de seus “atentos fiscais” nunca está no lugar certo na hora certa.
*fotos: 1) UAI/EM; 2) do blogueiro
COMO SEMPRE, certeiro em suas observações tão bem expostas Mais um belo gol; faz lembrar um Tiquinho do Psulinho.
Certamentez, será convocado psra a seleção de uma próxima Antologia.
Grande abraço.