O cara que eu amo

Silvia Ribeiro

O cara que eu amo tem um jeito bandoleiro de aliviar a minha saudade, se desdobra em delícias e nem se importa se eu irei resistir. E quando me olha murmura palavras que me avisam onde eu estou, como se estivesse escrevendo um diário entre quatro paredes.

O cara que eu amo tem um corpo que fala o que quer, um olhar abstrato e ao mesmo tempo revelador, um sorriso sem vontade de se esconder, e um coração danado de bonito. E quando me olha decifra as minhas curvas.

O cara que eu amo me toca como se tivesse uma obra de arte em suas mãos, me recebe em sua cama e me oferece o lado esquerdo, me deixa quietinha escutando o meu colo sem análises. E quando me olha acha graça do meu gozo pedinte.

O cara que eu amo não tem gaiolas e conhece o costume das aves em pleno voo, gosta de revisitar a minha pele suada sem pedir licença, e vez ou outra pergunta pela minha saudade. E quando me olha sinto o seu desejo voltando pro ninho.

O cara que eu amo tem uma gana afoita de brincar com o meu vestido e uma sina poética que me despe como uma inocente lua cheia, tem a calma e o talento de me saciar, e repete como é bom me encontrar. E quando me olha revela segredos que se transformam no espelho da minha alma.

O cara que eu amo visita as minhas fantasias, se apossa das minhas pernas, reverencia a minha doçura, atiça os meus cabelos, e come o meu batom. E quando me olha sabe que eu quero mais.

O cara que eu amo atravessa os meus sentidos, canta debaixo do chuveiro, se envolve nos meus gemidos, e menciona o meu tesão. E quando me olha traz consigo o amor dentro da sua camisa.

O cara que eu amo me pega no colo, se excita com o meu perfume, felicita as minhas carícias.  E quando me olha não suporta me ver partir.

O cara que eu amo é…

 

 

 

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