Silvia Ribeiro

Um bate-papo acalorado sobre sexo entre homens querendo saber o nível de satisfação de (nós) mulheres.

Ouvi perguntas interessantes, e algumas até infantis, o que me surpreendeu.

Aquela cena regada à uma bebida refrescante extravasava algumas risadas e mexia com algumas fantasias. Teorias que dariam um livro de cabeceira, algo que levemente lembraria o Kama Sutra.

Como haviam pessoas que eu tinha acabado de conhecer fiquei à espreita querendo ver a lógica de todo aquele labirinto de contradições exóticas, e suposições arriscadas, como uma boa mineirinha que sou.

E num dado momento a conversa emperrou na seguinte pergunta: o que faz um homem desejar uma mulher?

Posições, performances, efeito visual, preliminares, encantamento, fetiches, cheiro, pegada, altura, entre outros fatores. Teve até gente fatiando o nosso corpo. Tipo essas carnes que vemos penduradas no açougue, eu gosto dessa ou daquela parte.

Só pra ilustrar: o lado de dentro pouco foi mencionado.

Já era a minha hora e pedi licença. Mas antes precisava ir ao toilette retocar o batom.

E quando voltei.

Sabe o que me faz desejar uma mulher?

Um andar despretensioso, uma cintura fina, um batom borrado, uma risada moleca.

E mais…

Olhos negros e brilhantes que hipnotizam, palavras soltas e sem metades, um joelho delicado falando loucuras pra minha cabeça, e

um fio de suor timidamente escorrendo pelo rosto enquanto as palavras saem da minha boca.

E não para por aí não…

Um colo deliciosamente sexy, uma alegria fértil, um salto audacioso, um nariz atrevido, e curvas elegantes combinando com a cor da minha camisa.

E pra não dizer que não falei das flores, ou melhor, da flor.

Um coração de mulher com jeito de menina que eu acabei de conhecer e que ao levantar deixou o melhor dos perfumes.

Nesse instante, ninguém mais teve o que dizer.

Nem eu.