Reagindo à chatice da imbecilidade

Tem tempos que evito falar de política, notadamente relacionadas ao ex-presidente derrotado nas urnas, mas que estimula e tem entre alguns de seus seguidores a insistência no debate de terceiro turno. Fui compelido, em função de mensagens, insinuações, declarações e até postagens dirigidas por quem ainda não desceu do palanque da hipocrisia e se vale do holofote da mediocridade.

Não sou petista, não milito em partido de esquerda, apenas voto e confio em quem tem propostas sérias que privilegiem politicas públicas de interesse social. Quem pensa diferente disso ou é multimilionário, que investe na exploração da mão de obra similar a escravatura, pode também estar acometido de uma doença diagnosticada como perversidade ou apenas fake cristão e/ou pobre de classe rica. É como penso e não escondo esse sentimento. Mesmo respeitando o contraditório, desde que não tentem imputar a minha pessoa afirmações infundadas, pois me sugere esse tipo de resposta. Como naquele princípio da física: ação e reação, só que costumo perder a medida.

Como disse, não sou militante partidário ou de facção ideológica – como imbecis sugerem o comunismo -, embora abomine sim o lado perverso que esses inocentes úteis defendem. Refiro a extrema direita. Diante disso, enche o saco ficar recebendo mensagens e provocações dessa gente derrotada, inconformada, dando conta de suas frustrações. Nem sabem o que dizem. Pra ilustrar, um amigo – proprietário rural e diferente de alguns desse perfil – perguntou a um peão da sua fazenda o que era comunismo. Resposta pronta: “num respeita as muié da gente, e se ocê tivé chupando picolé, ês passa e toma”. É assim que os falsos pregadores estão fazendo. Pastores impostores, que – temos visto – carregam até PÓ proibido em suas aeronaves de luxo.

Vazios e sem argumentação consistente, mas pregam o ódio e investem na desigualdade. Por assim que um professor tratou uma certa deputada catarinense, dias atrás numa reunião de CPI. O mestre José Geraldo, Pesquisador Sênior Voluntário da UNB, disse à parlamentar – sem ironia – que “a gente só vê o que tem cognição para ver… a sua visão de mundo… sua percepção só lhe permite enxergar o que já tem escrito em sua cognição.  A senhora vai ver não é o que existe, mas o que recorta da realidade”. Sem entender o que lhe foi dirigido, a jovem representante do PL reagiu; “ele me ofendeu, com categoria acadêmica, vindo debochar da nossa cara”. São assim a maioria dos que defendem o desgoverno derrotado nas urnas. Não sabem o que dizem e não entendem o que ouvem.

Defendem, dizem isso, a família e as tradições – religiosas ou não – mas têm os olhos fechados à realidade. Vejo, sistematicamente, gente carregando imagem de santo (Nossa Senhora não deve gostar disso) e praticando atos de retaliação. Ao defender a família, vedam os olhos. Se tem uma situação que o Bozo não serve de exemplo é relacionado a família. Quando me atacam, seja afirmando eu ser lulista, petista ou comunista, até que tiro de letra, como um zagueiro clássico de seleção. Mas, tem alguns que a imbecilidade supera esse tipo de afirmação, partindo para ataques pessoais e afirmações que são de seu supositório. A expressão no lugar de suposição foi proposital, creio que fica melhor exemplificado.

Cá no meu canto, fico a imaginar. Deixando até de lado os ataques e pretensas ofensas pessoais de alguns (des)conhecidos. Desde vacinação e as imbecilidades que são obrigados a acompanhar de seu nefasto líder, até afirmações levianas que são recorrentes. Um deles, que ainda deve acreditar que a vacina faz virar jacaré, me mandou vídeo onde uma moça – que se diz médica – insiste contra a vacinação. Se não virou réptil, pela fake, os óbitos pós vacina trazem efeitos danosos ao corpo humano. Valha-me! Tomo vacina desde criança e seguirei tomando todas as doses recomendadas.

Daí me ocorre. Imaginam se os filhos do Lula, que postaram fotos de uma Universidade no interior de São Paulo, afirmando ser a fazenda do moço, tivesse comprado 51 imóveis com dinheiro vivo e sem lastro para essas aquisições. Também se um vizinho assassino do atual presidente, fosse pai da namorada de um de seus filhos. Se no governo atual morressem 700 mil pessoas por falta de política sanitária e vacina na pandemia. O que pensaria e como reagiria essa gente que defende o bolsonarismo e fecha os olhos para a realidade?

O que é claro, cristalino, a todos é que o debate proposto por quem se opõe ao modelo que o ex-presidente se colocou aos seus préstimos, é sobre qual sociedade queremos e desejamos deixar para as futuras gerações. Branco não vale mais que preto, homem não sobrepõe à mulher, rico não tem mais direitos que pobres, hetero também não é superior ao homo, enfim essa é a discussão. Muito maior que Lula x Bolsonaro. A diferença é que um tem essa sensibilidade e o outro não. Quer que desenha? Nossa geração está se despedindo, é esse o modelo que vamos deixar para nossos filhos e netos? Sou resistência, ainda que existam pessoas que pensando diferente, optem por me taxar ao seu bel prazer. Sou o que sou, desde os tempos do Grupo Escolar lá em Araxá. Sigamos!

*imagens: 1 e 3) UAI/EM; 2) Correio Brasiliense

2 comentários sobre “Reagindo à chatice da imbecilidade

  1. Sensacional!
    Pena que estes que insistem em defender o indefensável, logo na primeira frase de nossos contra-argumentos deixam claro, com ou sem grosseria , que não querem ouvir. Então, optam por continuar acreditando em papai Noel, fadas, duendes, etc, mesmo após a primeira infância.
    Só nos resta o silêncio….

  2. O pior é que essa gente que estavam por aí entre nós e não sabíamos, brotou aos milhões e chegaram para ficar. O Brasil jamais será o mesmo. Infelizmente quase não falo mais com amigos de décadas , além de parentes queridos, por causa de Bolsonaro. É inaceitável e muito triste. Mas é fato.

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