Mania de você

Luciana Sampaio Moreira

Histórias de amor arrebatam. Não tem jeito. Não precisa nem estar no clima de romance para compreender que esse sentimento cantado em verso e prosa é lindo quando experimentado. E eu vou me ater a algumas cenas da vida da cantora Rita Lee, que morreu esta semana. Estrela máxima do rock brasileiro, ela nunca esteve sozinha. O maridão, Roberto de Carvalho, sempre muito elogiado entre as mulheres pela beleza, esteve ao lado da mulher nos palcos e fora deles.

Recentemente, aqui nas redes sociais, vi um vídeo de Rita com Roberto na sala, acompanhando o programa Altas Horas. Ela bem frágil e ele fazendo companhia. Depois de tantas aventuras a dois, estar juntos parecia ser muito bom. A intimidade do casal, se brigavam, se as discussões eram acaloradas ou não, se a “ovelha negra” na verdade era ele, isso não importa porque toda história de amor tem o seu lado privado, que só quem vivencia sabe do que se trata.

A vida não é perfeita e nem poderia ser. A graça das relações é justamente estar entre diferentes, nos bons e maus momentos. Embarcar no sonho ou ajudar a carregar as cruzes do outro. Vencer obstáculos juntos tem um gosto inesquecível que alimenta a alma e faz a gente encontrar palavras de incentivo e sorrisos mesmo quando tudo parece estar muito complicado.

Passo então da vida real para a ficção. Já em exibição pela Netflix, Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton, é uma verdadeira ode ao amor. Do seu nascimento até a maturidade. Não pretendo dar spoiler para quem ainda não degustou, mas o sentimento ali é à flor da pele e – imperfeito na execução dos mortais – simplesmente arrebata. Eu, que não sou de chorar, vi escapar dos olhos lágrimas de emoção ao final.

Falar de amor é fácil. Cantá-lo talvez seja mais difícil. Tem a letra, a música e a voz! Complica. Mas vivê-lo é tarefa diária de entrega e recebimento nem sempre agradáveis. Há dias bons e outros nem tanto. O que vai diferenciar tudo é saber ser mutante, se reinventar a cada dia para manter a tal chama acesa, virar índio, entrar na banheira de espumas, partilhar o espaço com o outro e escolher os melhores momentos para guardar na memória.

Talvez esse seja um caminho para viver bem a dois e fazer do romance uma história que transcende o tempo e a morte.

 

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