Existem coisas simples que me divertem imensamente.
Talvez por ter morado em vários lugares, o sotaque mineiro me preenche de uma forma incomum e fico prestando atenção às coisas que me são ditas e como eu respondo. Depois de ter me afastado, por bons tempos das terras mineiras, como “hoje em dia” eu deveria responder às questões mais comuns e corriqueiras.
Sim, o sotaque permanece, mas as expressões, principalmente entre os mais jovens, mudaram “demais da conta”.
Há quatro anos de volta às Minas Gerais não posso negar que nunca deixei o Uai, Trem, Olha procê ver, Prestenção, entre tantas outras expressões. Mas, uma fala da mineirada me faz dar gargalhadas…
Quando você pega um táxi ou Uber, o motorista, ao parar pra que a gente desça, geralmente fala:
-Vai com Deus e a gente responde, “o” senhor também. (que o senhor também vá com Deus – tradução)
Quando você termina uma compra, geralmente, tanto a vendedora quanto a moça do Caixa diz:
– Vai com Deus, e gentilmente a gente responde, desejando que Deus “vá” com ela (que Deus vá com você também).
Em algumas outras situações quando é a pessoa que sai, a expressão já muda um pouco.
Por exemplo, no salão de beleza que frequento, cada uma que termina seu cabelo ou suas unhas, despede-se de nós, que ainda ficamos por lá e diz :
– “Ficomdeus”. (que todas vocês fiquem com Deus)
E todas em coro, respondem:
– “Cêtamém”, ou seja (que você também fique com Deus).
Entretanto, a preguiça da nossa gente é histórica e tem razões bem antigas. Raízes que nos prendem há muitos séculos, bem lá atrás. Basta dar uma olhada em nossa herança mista e analisar o que herdamos dos índios, dos portugueses e dos negros.
Convenhamos, a nossa preguiça não poderia ser diferente do que é..
Nesta semana mesmo me aconteceu algo ainda mais divertido .
Ao descer do taxi, o motorista bem falante e muito gentil, agradeceu, desejou boa tarde e:
– Condeus!
Como assim?
Nem fica com Deus nem vá com Deus.
Basta o Condeus pra gente já saber o que virá depois.
Para não soar deselegante e fazendo jus à minha mineiridade, igualmente respondi:
– Condeus!
E pela carinha boa daquela senhora, tive certeza absoluta de que eu aprendera mais uma mineiridade.
Agora já sei que irei prestar mais atenção antes de responder.
E gostei muito da nova palavrinha: muito simples, muito significativa e muito reveladora do que, na verdade, somos!
Eita nóis !!!
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Adorei! Condeus, Rô!