Sou atrevida

Silvia Ribeiro

Sou atrevida.

Sempre fui assim e acredito que isso veio comigo dentro do manto.

Mas apesar desse meu jeito “atrevida”, gosto de me visitar, de estar com os meus livros, com os meus CDs, e principalmente de sentir a minha solitude acariciando os meus momentos de reclusão. Sou muito boa companhia.

Me divirto sentindo esse vazio e ainda assim consigo ser intensa e completa, sem precisar de metades ou migalhas de quem quer que seja. Me entendo com o meu silêncio e prefiro estar agraciada das minhas inteirezas do que sair por aí me empanturrando de gente vazia, conversas que não se sustentam, e essas chorumelas cotidianas.

Tenho dificuldades em lidar com sentimentos abrasivos, risos cheios de enganos, intenções camufladas e principalmente atitudes à base de troca ou visando apenas um interesse próprio. Essas conquistas que usam artifícios fantasiados e que morrem logo no primeiro minuto do dia de cinzas me encabulam.

Tenho um olhar que se refaz com facilidade e uma inocência gostosa que não brinca de sentimentos e que vive o hoje de maneira diferente e extrovertida.

O meu salto aprendeu a dançar em meio as pedras do caminho e por ironia do destino tenho aprendido de uma maneira torta ter um final feliz dentro de mim, deixando de lado a ânsia de querer procurar defeitos nas histórias que não tiveram um amanhã e nem deixaram um adeus elegante.

Esse é o meu jeito.

E posso falar? Tem gente que gosta.

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6 comentários sobre “Sou atrevida

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