Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro

Semana passada tive a grata surpresa de ver a escansão da palavra amarelo em AmarElo. Título do filme/documentário histórico AmarElo – Tudo para ontem, sobre o rapper Emicida e o movimento negro no Brasil. Mas ele vai além. Assisti associando ao presente momento do Brasil. Apropriei-me de algumas falas para construir essa crônica.

AmarElo traz o significado de amor, onde para amar é necessário fazer elos, alianças, dar as mãos. Assim se constituem os casais e uma sociedade saudável. E Emicida branda: “podemos ser mais”. Ele apresenta-se no Theatro Municipal de São Paulo com arruda atrás da orelha e incluindo no seu linguajar tudo que nois tem é nois”. Cantar que se constitui num mantra de elo, laço, fazer com. Ele clama para a inclusão não somente dos negros, mas de todos os excluídos. 

Nós, brasileiros, não estamos nos excluindo de um mundo respeitoso e saudável? Pergunta que me veio quando vi alguns brasileiros chegando ao exterior e sendo chamados de Covids. Nosso povo não anda bem e a pulsão de morte está imperando em muitos compatriotas. Isso gera essa imagem negativa sobre o “nosso” posicionamento diante da pandemia. Percepção de desrespeito com o ser humano global, o que é mal visto mundo afora. Claro!

Emicida, no Theatro Municipal e falando da exclusão, afirma que é importante marcar o lugar físico. Um lugar físico grandioso. Faz a reflexão sobre o que constitui sermos brasileiros. Mostra como as marcas da colonização e escravidão operam na nossa sociedade. Sua mensagem é de que a solução está na união, coletividade, no fazer juntos. Exemplo de movimentos e grupos que em doses homeopáticas conseguiram conquistas. Um sonho onde todo mundo se apoia – “quem tem um amigo, tem tudo”.

“É preciso decompor o preconceito” e usar a força do amor para abrir esse portal, diz. Lembra que não tem como lutar por liberdade pela metade, o que você quer para você, deve ser o seu querer para o outro. Fiquem juntos é a mensagem que recebe do amigo e parceiro: um cigarro você quebra, mas o maço é mais difícil. Sonhar que a nossa chance de consertar o passado é agora.

O rapper manda seu recado num momento em que a população brasileira precisa entender que o “que temos é nois”. Não temos um governo que age no sentido de dar proteção, segurança e exemplo para nosso povo – “o que temos é nois”, sigo no mantra de Emicida. 

Porque escutar um presidente falar: “eu não posso fazer nada” é ouvir sua declaração de incompetência. Quem não pode fazer nada, deve renunciar e dar lugar a outro para fazer.

Tudo, tudo, tudo que nois tem é nois. “A rua é nois” – a origem.

AmarElo, cor que amo, carregará outro significado para mim. Será mais reluzente, e como nosso astro rei, evocará o amor que faz laços sociais. Que faz luta boa. Ano passado morremos assistindo milhares de mortes de brasileiros. Estamos morrendo enquanto sociedade? Ou estamos em um momento de reorganizar nossas marcas e nos reinventarmos? Podemos ser mais?

Ninguém solta a mão de ninguém – bom lembrar, senão estaremos f…

Vamos juntos nos cuidar?

 E, queremos vacina já!

“Esse ano quero paz no meu coração//Quem quiser ter um amigo//Que me dê a mão…”

Brasil que quero  Ver De AmarElo! Deixo de presente para você, como meu primeiro post do ano de 2021, Beto Guedes com seu canto e dizer: “TODA VIDA QUER PAZ”:

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