E os golpistas caíram na arapuca

Eduardo de Ávila

Antes de entrar no mérito do título, necessário se faz explicar a razão de usar a expressão golpista, abominada pelos vândalos que – democraticamente – pedem ditadura. Contém ironia! Se esses idiotas soubessem o que é um regime de exceção! Alguém sugeriu, dias atrás, que mandassem esses arruaceiros escolher alguns entre eles para que assistissem uma sessão de tortura dos seus iguais.

Mas, golpistas sim na mais pura acepção da palavra é o que nos interessa. Essa gente, já por tempos trata a nós, que divergimos, de esquerdopata, comunista e outros termos ao seu gosto. Falam, ou melhor, reproduzem um tanto de asneiras que sequer sabem o que estão dizendo. Já nós da resistência e que vencemos as eleições democráticas de 2022, ao assistir tanto histerismo, tratamos esses loucos e alucinados daquilo que estão se mostrando. Golpistas!

E qual a razão de sugerir que essa gente caiu na arapuca? Ora, entre tantas teorias – da conspiração e de análise dos fatos – uma me ocorreu ontem durante o almoço. Numa interessante prosa com um bom amigo dos tempos de ginásio – lá em Araxá – fomos remontando as imagens de domingo em nossa percepção. Foi numa observação dele, que me veio a tona pensar nessa possibilidade. Tudo que os golpistas queriam era um corpo estendido no chão. Aqui em MG, desde o distante 1998, essa artimanha elegeu parlamentares. Tenho pois, mais essa possibilidade para consideração.

Tivesse ocorrido. E até asseguro se a situação fosse inversa, não tenham dúvidas que a ordem do capiroto seria de abrir fogo na multidão. Mas, diferente daquilo que os vândalos pretendiam, mesmo com toda barbárie e as agressões e destruições ao patrimônio público e histórico, não conseguiram seu objetivo. Convém mencionar que o grupo político vencedor,  perdeu as eleições de 1989, 1994, 1998 e 2018 sem qualquer reação de contestação.

Para não alongar, lembrando rapidamente as bobagens ditas nos últimos tempos, a urna eletrônica é a mesma que elegeu um Congresso bastante conservador. E mais, não vi, em função desse resultado parlamentar, manifestações similares a essa ridícula na porta do QsGs. Nessa recreação de desocupados, soubemos de muitas bobagens apregoadas, como “em 72 horas”, “não toma posse”, “não sobe a rampa”, e agora nessa frustrada tentativa de golpe. Expondo o Brasil à ridicularização pelo mundo.

Pois bem, qual a razão, afinal, em admitir que os golpistas (pode ser também psicopatas, patriotários) caíram na arapuca? Desceram a Esplanada, escoltados pelo policiamento do governo do Distrito Federal, entraram triunfalmente nos prédios dos Três Poderes. Lá dentro quebraram o que viam pela frente, e como todo idiota deixaram também suas imagens para posterior investigação. Meu amigo Heraldo Leite, divertidamente, mandou a seguinte observação. “Antigamente a ironia era o agente secreto com crachá, hoje é o terrorista que faz selfie”.

Quem acompanhou as imagens, percebeu nitidamente, mesmo com a omissão do policiamento do Ibaneis logo a situação foi controlada e o gado tocado de volta para o pasto – já que o curralzinho acabou – sem açodamento e vítimas. Os golpistas, evidentemente, que pelas imagens (TV e posts em redes sociais) já todos identificados e deverão prestar depoimento.

Daí, para a Justiça, não será muito difícil – imagino até que esteja bem adiantado – chegar aos financiadores desse movimento terrorista. Os manés e bocós, muito deles parece que bancados pelos verdadeiros interessados por míseros reais, faziam desses acampamentos uma moradia provisória em busca de aventuras e emoções para agitar o cotidiano e rotina que se mostrava sem graça.

Talvez ainda esteja cedo pra dizer que o tiro saiu pela culatra, mas fato é que muitos desses imbecis que cederam seu corpo para bucha de canhão, se mostram desanimados. Chegaram a imaginar que estavam entrando para a História do Brasil, pois até que serão registrados daqui para a frente, mas como manés e bocós. Perdi a consideração com gente que convivia desde décadas passadas, ao perceber que não divergíamos e sim temos sérios conflitos.

Não posso entender quem tenta passar pano para Jair Messias Bolsonaro e ataca Luiz Inácio Lula da Silva. O único e solitário argumento é que o presidente atual é ladrão. Quando desafio a informar o que roubou, insistem com a ficção do Moro sobre triplex e sítio. Mas engasgam e não explicam os mais de 50 imóveis da familícia do ex e o fato de terem sido pagos em dinheiro vivo. Então, com todo respeito, meu mundo é outro e não me cabe nessa ilha da fantasia dessa gente que está sob efeito da cloroquina.

*

Curta: Facebook / Instagram