Eduardo de Ávila
São os sentimentos que me (re)estimulam para os próximos tempos que essa vida ainda me reserva. Depois de mais de dois mil dias de muito terror, dos governos Temer (golpista) e Bozo (o maior esgoto da política brasileira de todos os tempos), o domingo – fiquei mais tempo na TV que dezembro todo – me trouxe alento e como consequência de volta a auto estima e vontade de viver para assistir o combate à desigualdade, fome e a miséria.
Acompanho e participo já desde a adolescência, lá pelos anos 70 – passando pelas “Diretas Já” e a eleição do Tancredo com posse do Sarney – toda essa movimentação da política nacional. Sempre como cidadão preocupado com o interesse coletivo e a defesa da democracia. Por mais minúsculo e insignificante que eu seja, minha força e resistência tem lugar privilegiado nestes momentos.
Gostando, acreditando ou não em cada novo empossado. Sempre desejando que desse certo. Esse último, o fujão, nem o mais otimista previa algo assim. Um bronco, sem qualquer preparo para o exercício do cargo, o desastre era previsível. Imbecil intelectual e desprovido de princípios morais e éticos. Enfim, em todos esses momentos acompanhei posse, discursos e o significado para o momento histórico.
Já me emocionei, já tive vontade de xingar, já reagi de todas as maneiras imagináveis, mas em nenhuma delas fiquei tão focado e até mesmo eufórico com o que pude ver nessa posse. Fiquei na TV, seguramente, mais tempo no domingo que todo o mês de dezembro. O título fala em resistência, coincidentemente, o mesmo nome da cachorrinha do Lula e da Janja. Que é um dado interessante ao relacionamento deles e daqueles brasileiros da vigília durante a prisão do político condenado por um juiz tendencioso.
Se não bastasse, ao subir a rampa (aquele momento da solenidade que eleitores do candidato derrotado e fujão, asseguravam que não ia acontecer), além dela – Resistência – vários cidadãos representando a diversidade do povo brasileiro acompanharam o presidente empossado. A faixa, ato simbólico da posse, foi entregue – depois de passar em todas as mãos – por uma cidadã dessa comitiva (catadora) que a colocou no novo PR.
Os dois discursos do Presidente da República (agora de novo com maiúscula), devolvem a esperança – por isso esperançar – por dias melhores. Vai ser uma tarefa difícil. O estrago, não só de desmonte do governo, mas também das finanças – exigirão muito trabalho e sacrifício de todos. Extraindo da fala do Lula, uma delas me deixou estimulado. “Democracia para sempre”, seguida de uma série de medidas emergenciais que já começaram a ser adotadas.
Como resposta, em outro momento emocionante, o povo respondeu: “sem anistia”. E foi essa anistia a bandidos que ensejou esses últimos tempos. Quem conspirou contra a Democracia, notadamente os atores financiadores, que estimularam os patriotários a dormir no relento, serão identificados e punidos. Se queremos democracia para sempre, vale dizer, ditadura nunca mais.
E esses vagabundos não se envergonham. Depois de 60 dias de absoluta imbecilidade, agora – ouvi gente (uma senhorinha) que posa ser do bem – dizer que o Lula está muito doente e nem vai terminar o mandato. Numa rede de comunicação, não vi e soube, os tendenciosos articulistas chegaram a reclamar que faltou banqueiros e empresários na subida da rampa. Esqueceram de mencionar que faltou aqueles pastores que exploram pessoas humildes usando o nome de Deus, com a única intenção de extorquir gente em situação quase de risco. Naquele momento simbólico, lá estava sim a maioria do povo brasileiro, desde a catadora, passando pelo povo indígena, influencer digital, metalúrgico, professor, atleta e apoiadores da vigília Lula Livre.
Enfim, foi uma linda festa da Democracia que esse tipo de gente conspirou contra, ameaçou e aqueles que não mostram a cara, financiaram e instalaram relações de ódio entre pessoas da mesma família, vizinhança e trabalho. O amor venceu o ódio, assim como em 2002 a esperança triunfou sobre o medo. Agora é seguir em frente com o orgulho de ser brasileiro e esperançar por um bom governo e que a Justiça atue e enquadre aqueles que conspiraram na contramão desses princípios morais, éticos e legais. A lei é para todos! Mas tem quem não acredite nisso, por isso, “anistia não!”
Mais uma vez, corretíssimo. Só peço que, quando vierem as algemas para o Minto, Pazzuelo, Paulinho Guedes, Ministro Sales, Ministro Ribeiro, 01, 02, 03 e 04 e muitos muitos outros apesar da imunidade conquistada, não deixem de fora o INSUPERÁVEL JUIZ Moro.
“Um bronco, sem qualquer preparo para o exercício do cargo, o desastre era previsível. Imbecil intelectual e desprovido de princípios morais e éticos”.
Síntese perfeita, blogueiro, felizmente deixada no passado! Agora, desçamos do palanque e comecemos a, de fato, governar o país. Pra frente, Brasil! Eu acredito!
Realmente um bronco, sem preparo, fujão e covarde. Sem anistia. Doa a quem doer. Parabéns pela visão e pela clara exposição de fatos reais