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Copam vira as costas para apelos em favor da vida

Eduardo de Ávila

Tira o pé da minha Serra!

Nesse caso, eu que evito a politização em cima de questões técnicas, vou tentar dissociar dessa polêmica. Tão logo, já na madrugada de sábado, quando anunciado o resultado, foram inúmeras mensagens recebidas em protesto contra a aprovação. Destaque para, como reclamam, a pressa e açodamento pela conclusão do caso, sem uma ampla discussão sobre eventuais danos ao meio ambiente.

Essas agressões ao bem maior que Deus nos concedeu, além da vida, evidentemente que se trata da natureza na Terra inter-relacionando o homem ao seu habitat. As constantes agressões à mãe Natureza, ao longo dos tempos, tem causado indiscutíveis alterações climáticas e perigosas ameaças ao futuro. Tempos atrás, diria que as próximas gerações, pois que agora podemos afirmar que os responsáveis por essa degradação ainda deverão conhecer em vida suas ações criminosas contra a vida.

Essa desolação ambiental é a maior – talvez até mesmo a única – responsável pela elevação da temperatura, enchentes e assoreamento dos rios. No caso da mineração desenfreada, como tantas que já presenciamos, também o rompimento de barragens, extinção de espécies da fauna e da flora. Tudo isso por uma única razão, a ganância do capitalismo selvagem que domina as ações políticas e econômicas dos tempos recentes. Interesse, exclusivo, de uma minoria que detém o poder do dinheiro, em detrimento dos maiores bens.

A vida, o meio ambiente, a humanidade e – consequentemente – empatia e amor ao próximo. Teria ainda muito mais considerações à respeito disso, mas vou optar ao caso factual e que vem gerando uma grande polêmica entre os mineiros e – especialmente – a nós belorizontinos. A aprovação, como disse açodada, ocorreu com o andamento em curso de um processo de tombamento para proteger a Serra do Curral.

Como consequência imediata a essa pressa em devastar a paisagem, local bucólico para lazer da população, além dessa privação a extinção de dezenas de espécies animal e vegetal. Para quem, no ensino médio teve a matéria de Biologia (será que os oito que aprovaram se recordam?), é o desaparecimento total. A morte do último sobrevivente de determinada espécie que habita – como os humanos – aqui no planeta Terra.

E a médio prazo, as pessoas que estão degradando o meio ambiente, a possibilidade real e concreta de faltar água para o consumo doméstico na capital e daqueles que dependem de uma adutora da Copasa naquela região. Além de Belo Horizonte, ao que pude me informar, ainda Sabará e Nova Lima. Tudo isso, para em 13 anos, a empresa interessada na devastação ambiental retirar 31 milhões de toneladas de minério de ferro da Serra que emoldura a capital de todos os mineiros.

Tira o pé da minha Serra, esse investimento só tem valor para quem quer explorar e dilacerar com esse monumental ponto turístico, suas espécies de animais e plantas, destruir áreas verdes, poluir o ar e o som e colocar a população sob riscos de deslizamentos e hídrico. Sai fora!

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  • Triste triste triste horizonte... rememorando Carlos Drumond que falou em “triste horizonte e destroçado amor”! Quem poderá parar tudo isto? Se a secretaria que ‘cuida’ - cuida? - do meio ambiente aprova a barbaridade, quem poderá parar esse horror? O Ministério Público vai à luta e a Serra do nosso amor está merecendo ser abraçada. Que se inflame a chama da rebeldia! E a juventude reaja à altura da nossa majestade, Serra do Curral.

  • Lucra uma minoria, destroem as serras e prejudicam gerações.
    Excelente texto.
    A luta continua!

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