A vida que segue após verão

Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

Em Cumuruxatiba, sul da Bahia, a vida retorna seu ritmo de tranquilidade após o término do verão e com o fim do grande fluxo de turistas.

O mar e a brisa gostosa na sua beleza e delícias se fazem presença constante nesse universo. Final de tarde é um bom momento para reunião de grupos de amigos. E, assim o meu o faz.

E o Oceano Atlântico faz seu espetáculo multi cores para nossas vistas maravilhadas. O mar de San Andrés, ilha da Colômbia, tem como slogan “Mar das 7 cores”. E olhando para o mar de Cumuruxatiba tento identificar quantas aparecem por aqui e são muitas, mais de dez.

São nuances de azul, verde e cor do barro das falésias e pelas águas dos rios que aqui desaguam. As cores mudam conforme as chuvas, o vento e a própria luminosidade das estações. O azul está mais presente no verão e mesclado com o marrom esverdeado que se apresenta mais próximo da praia. Hoje, dia 23 de março, ele estava verde por inteiro foi epifânico vê-lo com os barquinhos ancorados, pois não saíram para pesca – provavelmente impossibilitados pelo vento sul.

As cores no céu fazem outro espetáculo. Elas surgem e desaparecem do branco, amarelo, lilás, rosa, laranja, vermelho e contrapondo com o azul do céu, um show da natureza.

Sentada com amigos à beira mar posso usufruir dessas belezas e que são momentos também regados à boas conversas. Na minha rua não passa boi e nem boiada. Nela passam peixe e cardumes e muitas coisas curiosas.

Risadas, a brisa deliciosa no rosto completa o bem sentir.

Escrevendo essa crônica lembrei do dito: nessa rua passa boi e passa boiada, vou parafrasear para Cumuru: nessa rua passa peixe e passa cardume.

E no decorrer dos dias na vila, desfrutamos de cenas curiosas que atraem nosso olhar e admiração.

Encontrar com pescadores pelas ruas carregando sua pesca é uma alegria. Eles seguem rua afora segurando a vara com os peixes vermelhos, garoupa, badejo e no final de tarde sobem os dois morros o do Canta Galo e o da Fumaça. Quem mora no Canta Galo sabe bem o porque do nome. Daqui escuto a sinfonia que o galo do meu vizinho puxa e logo depois tem outro canto ecoando e assim seguem…

E, muitas curiosidades surgem pelo caminho e é comum encontrarmos coisas sendo transportadas maiores que o veículos que as carregam. Certa vez encontrei uma camionete carregando bolas de plástico, coloridas amarradas numa rede e projetadas para cima do veículo, a dimensão delas era bem maior. Em outro momento foi a vez de uma moto carregando uma caixa de som maior que sua estrutura. Ainda bem que estava desligada! Nas bicicletas também encontramos diversidades e entre elas uma cadeirinha de pés para criança servindo de garupa.

Comum também, como em muitas cidades do interior, os amigos chegarem de surpresa para um cafezinho no fim da tarde. E finalizo por aqui, os meus chegaram de repente.

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