Sandra Belchiolina
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A sétima arte é paixão de muitos. O ser humano esforça-se para deixar registros de cenas de sua vida cotidiana desde a sua pré-história. Ainda nas cavernas e por meio das pinturas rupestres deixou suas marcas em cenas de caça, sexualidade e seu dia a dia. As mesmas chegaram até nós coroando esse desejo e dizendo de uma época e civilização. Mostrando pensamentos míticos, como o de retratar os movimentos de uma caçada e sua presa ou pela tentativa de eternizar o momento. E ao longo dos anos a curiosidade humana e seu desejo em perpetuar sua história e imagem continuou e desenvolveu-se.
Os estudos para entender a fisiologia do olho humano tem início no século 5.000 antes de Cristo na China. Como resultado surge o “Teatro de Sombras”, aquele que é projetado figuras diversas em panos ou paredes como ainda fazemos com brincadeiras de crianças. Os anos avançaram e pesquisas continuaram. Já no século XVII (1890) surge a invenção de Thomas Edison que é considerada o predecessor do projetor cinematográfico. Cinco anos depois os irmãos Lumière criam o Cinematógrafo movido a manivela. A partir dai a evolução de cenas em movimento e suas projeções tomaram gosto geral. Atualmente desfrutamos de muitas películas que são verdadeiras obras de artes. Os filmes de Charlie Chaplin são exemplos e numa época que ainda o cinema era mudo. O ator, diretor, compositor, roteirista, cineasta, editor e músico britânico utilizou-se da mímica e expressões para comunicar sua mensagem ao mundo.
Conta-se que Hollywood inicialmente era somente um subúrbio de Los Angeles, cidade situada na costa oeste dos Estados Unidos da América. Contudo, tornou-se ideal para constituir a cidade cinematográfica devido ao seu clima, diversidade de paisagens constituídas de lagos, montanhas, deserto, floresta e terrenos baratos. Assim, os estúdios a elegeram para suas estruturas de filmagem e após algumas décadas passou a ser a cidade símbolo do cinema estadunidense.
No Brasil ocorrem nove festivais relevantes são eles: Festival de Cinema de Gramado – desde 1973; Festival do Rio que iniciou em 1999; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro que deve seu começo em 1965; Mostra de Cinema de Tiradentes que é conhecida para dar espaço para novos talentos; Cine PE – Festival do Audiovisual que está na 25ª. Edição em 2021; Mostra Internacional de Cinema de São Paulo que iniciou em 1977 para comemorar os 30 anos do MASP (Museu de Arte de São Paulo); É Tudo Verdade – mais importante do gênero documental da América do Sul, desde 1996 ; Cine Ceará que ocorre desde 1991 e o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba em 2021 foi sua 10ª. Edição.
E, as areias da Vila de Cumuruxatiba, sul da Bahia/BR foram palco para exibição de dois documentários no dia 05 de março de 2022. A projeção ocorreu em frente a Associação de Pescadores. Os moradores e turistas puderam desfrutar da película ao som do mar e sua brisa. A primeira apresentada foi AWÊ – Cantos e Contos do Cacique Zé Fragoso. Este presenteou o público com sua presença física e de membros de sua tribo Pataxó Tibá que o acompanhando em cantos e danças.
O segundo constitui-se de uma série audiovisual dedicada à comunidade pesqueira de Cumuruxatiba com o nome de Kumúhuá. A exibição relata sobre a vida e histórias dos pescadores, rotinas na da pesca, manutenção dos barcos e equipamentos. Como é sabido a vila foi inicialmente habitado por indígenas que deslocaram para a região nos anos 50 após a aldeia de Barra Velha ser queimada. Aqui permaneceram e miscigenaram, mas mantendo a tradição pesqueira.
Fato é que a sétima arte perpetua o momento, o relato, a história e as variadas cultural. Com seu desenvolvimento oferece lazer e conhecimento diverso para aqueles que se interessam e/ou é uma luxuria para seus amantes. Atualmente suas projeções ocupam vários cenários desde cidade montanhosas e geladas até a beira praia na deliciosa brisa da Bahia.