Resistindo às intransigências ao entorno

Eduardo de Ávila

Ando com o velho e cansado “S” cheio, como diria o saudoso tio Hélio, pai de primos tão queridos que ele me deixou junto com a tia Lúcia. Convém registrar que eles não eram meus tios, mas assim a cidade de Araxá toda os chamavam. Somos, na verdade parentes, mas minha afinidade e proximidade com seus filhos me fez um privilegiado, como o Paulinho, Leila, Dirceu, Ronan, Júlio e Eliseu. São boas recordações!

Ele, um saudável boêmio e amante das letras e da boa música; ela, uma verdadeira santa na mais pura acepção e expressão da palavra. Dele, dizem alguns, herdei o uso da boina. Não digo que sim, tampouco não, mas sei que gosto do acessório. Dela, me esforço muito e nunca vou conseguir, a resignação e resiliência que a cada prosinha que tive o privilégio de desfrutar trazia calmaria a essa alma rebelde.

Digo isso, pois ando oscilando entre a tolerância que entendo ser necessária neste momento tão estranho que estamos atravessando, aliado à vontade de mandar muita gente e situações ir pro quinto dos infernos. Essa expressão data da cobrança dos impostos nos tempos do Império Português e ficou gravada e grafada nos nossos costumes. Quando temos necessidade de exorcizar situações de desconforto de terceiros próximos.

Pois é, nesses tempos de pandemia, essa idiotice dos negacionistas em não vacinar e politizar o assunto, têm contribuído com a disseminação do vírus, consequentemente a ocupação hospitalar superlotando as UTIs. Ao que lemos, em torno de 90% dos internados na terapia intensiva, são pessoas que não tomaram qualquer dose das três já aplicadas na maioria da população. Esses monstros, desculpe a expressão, embora internados e seus similares, desafiam a nós que nos cuidamos, nos preocupamos, nos preservamos e até nos preocupamos com essa gente que não tem empatia com a realidade.

No sábado, por volta de meio dia, com a dificuldade de locomoção temporária graças às minhas crises sistemáticas da coluna, passando pela Savassi, fiquei horrorizado. Apavorado, na verdade. Encontrei com o amigo Daniel Gomez, subindo pela Cristóvão Colombo em direção ao Pátio. Tinha dois anos que não nos víamos, por obra dessa crise sanitária, ele e eu com as devidas máscaras fomos observando as pessoas.

Primeiro um homem, de meia idade ou até mais como nós, a passos largos e sem máscara. Daniel me alertou que já viu essa pessoa em manifestações “pelo retrocesso” por aquelas bandas. Seguiu, com seu passo desafiador, a quem observava sua pose agressiva. Atravessamos a rua e percebi um jovem casal, também sem máscaras, cruzando a avenida e puxando um cachorrinho. Chocado com aquilo, acho que passei a observar melhor, daí identifico um pai e uma criança (talvez com três anos) igualmente com a cara sem tampão.

Voltei pra casa e fiquei aqui a pensar, como pode tanto idiota circular impunemente pelas ruas. Onde está uma fiscalização que exige para entrar em jogos de futebol passaporte de vacina e mais o teste, não basta o primeiro. E esses vândalos, verdadeiros marginais, que circulam pelas ruas ameaçando quem transita ao seu lado, seguem impunemente? Talvez essa fiscalização não dê a visibilidade pretendida pela outra medida!

Ando, como disse no início, de “S” cheio disso tudo. Vontade de me abster do assunto, mas não posso ser omisso e quero sonhar com a liberdade já próxima, estando livre de tantas restrições. Mas a imbecilidade dos negacionistas, acabam por aguçar seus opositores que aceitam a provocação dançando a mesma música.

Entre essa gente da direita, já li e ouvi que sou comunista, petista, dilmista ou lulista. Não sou nenhum deles, por isso, no meio da esquerda, existe quem me chame de conservador, direitista e outras aberrações. Fake News recebo todo dia, antes era da turma do Bozo, agora a oposição também perdeu o pudor e repassa sem checar a merda que recebeu.

Em grupos de whatsapp, apesar de poucos, tenho batido em retirada. Bloquear idiotas na lista telefônica e redes sociais, passou a ocupar boa parte do meu tempo. Eita gente chata, de um lado e do outro. Impressionante. Eu, como em outras ocasiões, prefiro uma opção mais conciliadora. Alguém, como sempre diz meu dileto amigo Epaminondas Fulgêncio, que fosse o condutor e aglutinasse. Temos de recuperar a boa convivência e as relações.

Ao que assistimos, ai aqueles que me agridem irão se deliciar, entre Bozo, Moro e Lula, prefiro sem medo de ser feliz o último deles. O primeiro, além de bocó e paspalho, é exatamente igual a esses que andam sem máscaras desafiando o momento delicado que vivemos. Agora começou, dirigido pelo pateta do seu filho 02 – vereador do Rio – a fazer filmetes para se mostrar popular. Comendo e derramando farofa no chão, como se o brasileiro fosse mal educado como sua trupe. Felizmente não passam de 20% da população brasileira.

Já o ex-juiz, conhecido mundialmente pela alcunha de marreco, é ao lado daquela quadrilha de procuradores – liderados por Dallagnol – a maior farsa do Judiciário Brasileiro de todos os tempos. Esse grupo da Lava Jato é responsável por milhões de desempregados e empresas falidas. E tanto nessa laia quanto no grupo do eventual pR, existe muita coisa a ser explicada. Com provas e não por convencimento tendencioso.

Já o Lula, apesar daquela sua pretensão em achar que o Brasil existe depois dele e ainda do PT e dos petistas (parte deles), fez um governo de inclusão. O país cresceu e chegou a ser a sexta economia do mundo, devastada pelo Moro e, como consequência, por isso que está no Palácio da Alvorada. A não ser que, por uma obra e graça divina, apareça esse elemento condutor, sonhado pelo Pepy e pela maioria dos brasileiros que se vêm sem opção no momento.

Vamos aguardar! Pero si pero no, Bozo e marreco nunca!

*
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