Quando Charlie Watts, o lendário baterista dos Rolling Stones, sentava atrás de seu instrumento, era como se estivesse sorvendo chá. Com a postura de um lorde inglês, Sir Watts empunhava a baqueta por entres os dedos da mão esquerda, movimentando-a com tamanha delicadeza, que parecia manusear uma xícara de chá.
Sempre impecável no seu terno alinhado, preciso como um metrônomo e ostentando aquela invariável expressão de “tanto faz” no rosto, há meio século e mais um pouco Watts vinha fazendo rock and roll com seus companheiros de banda. Ou, melhor, vinha fazendo do trabalho pesado de um baterista de rock um singelo chá das cinco entre bons amigos. Até que, nesta semana, a xícara quebrou. E os Rolling Stones perderam uma pedra — preciosa —, que nunca mais rolou.
Watts funcionava mesmo como um chá das cinco após mais um dia de sexo, drogas e rock and roll no planeta Stones. A sua calmaria de camomila destoava da energia eletrizante de Mick Jagger. Suas batidas firmes e viradas metricamente precisas antagonizavam os improvisos loucos dos roqueiros Keith Richards e Ron Wood.
Rolling Stones é blues, mas Watts sempre foi jazz. Caos e ordem convivendo em plena harmonia durante todos esses anos. Ternos de alfaiataria em meio a calças rasgadas e jaquetas de couro. A única mente sóbria. O único Stone de uma mulher só. Quem, em sã consciência, poderia apostar que daria certo? Foi um homem discreto e careta que assumiu as baquetas na maior banda de rock do mundo.
Errado que não podia dar mais certo, Watts foi a pedra fundamental para fazer de uma banda de rock os Rolling Stones que são.
Obrigado por ter existido. Adeus, Charlie Watts.
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