Vou retroceder um pouco sobre minha curtíssima temporada como militante partidário e duas candidaturas. Uma vitoriosa e a outra de gosto amargo, que depois se tornou doce, de uma derrota. Isso, para, evidentemente, chegar aos sombrios tempos atuais. Nada de pieguice ou auto-divulgação.
Desde adolescente, embora meus pais fossem bastante conservadores, me interessava por entender tudo aquilo que vivíamos. Papai, arenista assumido, se assustou quando cheguei em Araxá – pra passar férias já estudando em Belo Horizonte – com pensamentos diferentes daqueles que me eram repassados na infância.
Tão grande quanto o sentimento de pátria, que aprendíamos em casa e nas aulas de Moral e Cívica (ou OSPB – Organização Social e Política Brasileira), crescia a consciência de que viemos ao mundo para cumprir uma missão dada por Ele e viver com justiça social. E as desigualdades incomodavam aquele coração e espírito juvenil. Como a oposição era só no MDB, foi lá que procurei ter alguma participação.
Chocado com minha opção, vivi um rápido conflito com meu pai, até que – sem ser convencido e também sem querer mudar a cabeça dele – aos 19 anos passei a ter somente a mamãe. Segui em busca desse sonho, de uma sociedade mais justa e fraterna, até que – em 1982 – vivi meu batismo com as urnas. Eleito vereador de Araxá, cumpri mandato até seis meses antes da nova eleição, quando me transferi de volta para Belo Horizonte com outros sonhos.
Quando fui para lá, recém-formado em Direito, não tinha 25 anos. Voltei para a capital, tentando concluir o curso de Jornalismo, me aventurando em outra disputa eleitoral. Desta vez para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. Derrotado, recolhi à minha insignificância e fui construir minha vida pessoal e profissional.
Daí pra frente trabalhei em redações de jornais e de rádio, em diversas assessorias no Governo Federal, Congresso, Prefeitura de Belo Horizonte – e antes disso tudo e mesmo de ser vereador em Araxá – na Câmara Municipal de BH, até chegar à Assembleia Legislativa, onde estou tem mais de 25 anos.
Agora, depois de algumas décadas – já com boa parte da minha missão cumprida – sigo do meu canto avaliando tudo que pude viver e testemunhar ao meu modo e sentimento. Pra quem viveu e esteve próximo a personalidades como Tancredo (pena seu legado familiar) e Itamar. Mais à distância, porém atento a Montoro, Ulisses, Teotônio e Simon, o único remanescente dessa geração, o que estamos vivendo é de uma pobreza intelectual, moral e cívica (infame e acidental).
De um lado, os “xiitas”, que – até com justiça – querem de volta o seu maior líder popular. Como disse um amigo e ídolo – ex-jogador de futebol com passagem no exterior – o maior presidente de todos os tempos da América Latina. Já votei nele, Lula, como também em Tancredo, Itamar, Covas, Ciro e até – acreditem – no Fernando Henrique.
Quem sou eu para questionar seus militantes, afinal, mesmo já tendo votado e até posso repetir a escolha, não sou militante partidário de nenhuma legenda. Mas alguns, reitero, atrapalham mais que ajudam. Tive outro saudoso amigo, dos meus tempos de Araxá – Edson Porfírio –, que dizia: “apoio de apanhador de jabuticaba”. Apanha uma e derruba dez no chão.
Já da outra facção, a mim abomináveis, os “xaatos” que apoiam o atual pR. Difícil trocar algumas palavras com essa gente. Seguem com fake news, se desmentidas, apelam e começam a dizer que somos aquela série de “istas” que nem conhecem o que seja. Pois, afirmo que comunista é mais inteligente que boçalnarista, pois estudam e interpretam a doutrina. Os acusadores nem têm raciocínio. Uma dessas pessoinhas, chocante, chegou a me dizer quando provei que uma postagem era fake, “que pena, queria que fosse verdade”.
E é assim que vamos caminhando, em meio ao caos da pandemia – culpa desse péssimo desgoverno – sem saber o dia de amanhã. Tanto em relação ao controle sanitário do vírus quanto às eleições previstas para 2022. Já ouvi de alguns de seus seguidores declaração de apoio irrestrito ao golpe que ele vem tentando. Outros, parece que já um tanto desanimados e sem referência em meio a tanta asneira do líder, agindo com muita agressividade contra pessoas ao seu entorno.
Não sei o que nos espera, que Deus nos proteja destes males, amém.
Imunização de rebanho e coronavírus derrotado.
Higienização mental e bozovírus derrotado.
Assim seja!
Eduardo de Ávila Depois de cinco meses sem uma gota de água vinda do céu,…
Silvia Ribeiro Tenho a sensação de estar vendo a vida pelo retrovisor. O tempo passa…
Mário Sérgio No dia 24 de outubro, quinta-feira, foi comemorado o Dia Mundial de Combate…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Depois que publiquei dois textos com a seleção de manchetes que escandalizam…
Wander Aguiar Para nós, brasileiros, a Tailândia geralmente está associada às suas praias de águas…
View Comments
Não me permito cogitar a possibilidade de votar tanto em Lula (ou nos seus ) quanto em Bolsonaro (ou nos seus). Tem que aparecer uma terceira opção, a polarização só é benéfica a quem a provoca.
Amém ao "bozovírus derrotado"!!!