É de conhecimento geral, de toda a República, que alguma coisa tem de ser feita por alguém. Não digo nomes, nem mesmo cargos. Deixo a consciência coletiva crucificar quem quiser. Mas crucificar educadamente. Sem colocar culpa nem mesmo subir os números das estatísticas.
Várias coisas têm sido fatídicas nos últimos tempos e é difícil colocar na balança. Até porque não dá para levantar tudo nos ombros e mostrar para a cega Senhora Justiça, que tem seus olhos e ouvidos cobertos, e o nariz, a única coisa que desponta do rosto disforme, corre risco de ser via de infecção para – Deus sabe o quê.
É necessário – muito mais do que recomendado – ter um pouco de ignorância de canto de olho. Não é possível continuar são quando se lê, às 06h da manhã – tenho a mania de ofício de ler notícias como a primeira coisa do dia – que o país não se sente pressionado por não ter – ainda – um imunizante disponível para a população.
Eu não pude acreditar. Eu fingi que não acreditei. Arrumei a cama já não acreditando. Tomei banho me convencendo. Comprei um café no ápice do esquecimento. Sentei na frente do computador no trabalho e soltei para a tela preta: “COMO ASSIM ELE NÃO SE SENTE PRESSIONADO!!!?”
Ah, justiça. De todos os poderes, por que você foi o único fadado a não ver? E assim, historicamente, se faz o que sempre se fez. A torcida, como tem sido nos últimos anos, está ávida por seletas cabeças. Estão prontos para entregar quem não parece se encaixar nesse imaginário de bonequinhos de pano e homens nus contra o verde.
E assim terminamos a última segunda-feira de 2020. Passado tendo a honra de dividir espaço de escrita com pessoas extraordinárias e aprendendo um pouco mais do que não posso entender da vida. Eu não espero absolutamente nada de 2021.
A única coisa que desejo, e isso é o mais simples nos termos de querer, é que eu possa experimentar toda essa mudança positiva que muitos dizem estar acontecendo no Brasil agora. Talvez com um pouco de –quina, eu consiga um passe livre para mais um dia no paraíso.
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