Os Estados Unidos enxotaram o Donald Trump da Casa Branca, mas o mundo continua chato. Muito chato, aliás. Pois não é que o tribunal das redes sociais decidiu condenar a estreia “Convenção das Bruxas” (2020) — refilmagem do clássico dos anos 1990 — a pagamento de cesta básica, trabalho voluntário e prisão em regime fechado com a chapa Huck/Moro 2022? Isto é, pena de morte?
Calma, explico. É que as redes pediram a cabeça dos produtores do filme dirigido por Robert Zemeckis, após atletas paraolímpicos criticarem um detalhe na aparência da Grande Bruxa, personagem interpretada pela majestosa Anne Hathaway: uma mão com apenas três dedos. Bastou para que a obra fantástica fosse acusada de incitar o preconceito contra os portadores de ectrodactilia — síndrome congênita causadora de malformação nas mãos e nos pés.
Particularmente, eu, de olhos fechados, braços atados e ainda calçando sandálias havaianas, entraria em qualquer briga na defesa pela igualdade das minorias. Mas desde que não se metam com as bruxas. Especialmente, com as bruxas do cinema.
Ora, o que seria da bruxa de “João e Maria” (1987) não fosse a enorme e asquerosa verruga no queixo? Isso não faz de quem ostenta a protuberância na face um ser maligno ou monstruoso. Sem falar no provocante decote de “Elvira” (1988), o que não significa que uma mulher vestida para matar mereça ser tratada como a rainha das trevas.
Fosse assim, a associação das vizinhas desocupadas, baixinhas e bisbilhoteiras deveria se revoltar contra a Minnie Castevet, a bruxa intrometida de “Bebê de Rosemary” (1968). Assim como as velhinhas que resolveram assumir os seus cabelos brancos. Elas não merecem ser comparadas à horripilante Margaret Morgan, de “As Senhoras de Salem” (2012), ou mesmo à fantasmagórica bruxa de “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999).
Que dirá então das já estigmatizadas e preteridas prostitutas velhas, já que Dario Argento escalou uma meretriz de nada menos que 90 anos para o papel de Helena Markos, a misteriosa bruxa de “Suspiria” (1977). O sortilégio sobraria até mesmo para os homens carecas, se comparados ao temível Voldemort, da franquia “Harry Potter”.
Bruxas ou bruxos, o melhor é que não se metam com eles. Ou seremos todos transformados em sapos.
Mário Sérgio Todos os preparativos, naquele sábado, pareciam exigir mais concentração de esforço. Afinal, havia…
Rosangela Maluf Gostei sim, quando era ainda criança e a magia das festas natalinas me…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Com a proximidade do Natal e festas de fim de ano, já…
Peter Rossi Me pego, por curiosidade pura, pensando como as cores influenciam a nossa vida.…
Wander Aguiar Finalizando minha aventura pelo Caminho de Santiago, decidi parar em Luxemburgo antes de…
Como é bom ir se transformando na gente. Assumir a própria esquisitice. Sair do armário…