Aos 14 anos, aquela era a maior expectativa do ano: a viagem com o colégio para Angra dos Reis. Ou como era chamada oficialmente, o Curso de Biologia Marinha.
Praia, sol, independência, ouriços do mar e melhores amigas. O que poderia dar errado?
Havia, contudo, um dilema: usar biquíni em frente ao pessoal do colégio.
Eu e meu grupo de quatro amigas tínhamos acabado de entrar na puberdade. Como muitos adolescentes, éramos inseguras. O corpo em transformação era algo com o qual ainda estávamos nos acostumando.
Nosso uniforme escolar consistia em largas calças de moletom e camisetas ao estilo unissex. Ir à aula de bermuda já era um desafio. Usar roupas de banho diante dos colegas seria a provação completa.
Após uma conversa, encontramos a solução: iríamos, nós cinco, de maiô.
Tratamos de providenciar cada uma o seu modelo. Escolhi um amarelo com estampa colorida xadrez.
Chegamos ao nosso destino munidas daquele novo uniforme. Ele nos protegia do constrangimento ao mesmo tempo em que evidenciava nosso medo. E foi assim que aproveitamos a viagem. Em conjunto, com nossos maiôs, invejando em segredo as colegas que se sentiam mais livres…
Lembro dessa história com carinho, pena e certo alívio.
Carinho por aquelas meninas que enfrentaram a seu modo os desafios de crescer. Pena porque gostaria que não tivessem se preocupado tanto. E alívio porque vejo que essas mesmas amigas se tornaram grandes mulheres.
A amizade durou. De moletons a maiôs, fomos aprendendo. E hoje, o que nos une é um pacto de coragem.
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