The Abyss of Hell - Sandro Botticelli

Mea Culpa

The Abyss of Hell - Sandro Botticelli
The Abyss of Hell – Sandro Botticelli

Victória Farias

É muito difícil viver em um mundo onde tudo parece que vai explodir a qualquer momento. E quando digo tudo, quero dizer o álcool líquido empilhado em casa ou uma revolução em algum lugar da Europa. Ou o centro da terra. Ou o Palácio do Planalto. Ou uma revolta no Primeiro Poder, tudo mesmo. A vida passa a se resumir a andar na rua com um coquetel molotov na bolsa ou se proteger de um.

Se alguém berrasse o primeiro grito de guerra, pelos menos saberíamos para onde correr. Mas não, parece que estamos presos em um eterno reality show, em que todo mundo sabe o que está acontecendo, menos os mais interessados – nós. Quando disseram que eu deveria usar esse tempo de reclusão para me equilibrar, não sabia que era na corda bamba, com os olhos fechados, ouvindo notícias horrendas que parecem ter saído da década de 30 a.c. (ac= antes do corona).

Mas é o que está acontecendo. Você pode não querer, ou até mesmo acreditar com muita vontade que a humanidade está evoluindo para um espectro melhor. A paz é superestimada. 

Faço aqui uma mea culpa, não em meu nome, mas em nome da poesia. Existe uma linha de pensamento, que eu não sei de onde surgiu, só sei que quando apareceu na minha vida as coisas fizeram um pouco mais de sentido. Cada um com a sua teologia, todos com o seu deus.

Prega: a terra se coloca como o purgatório, para onde os seres humanos, depois de serem julgados na sua primeira (?) vida, são mandados. Lá, possuem o direito a última (?) instância – mais uma chance de se reconciliarem com o divino e irem para o céu – ou não. 

O que me faz pensar: se a terra é o purgatório, seria nossa vida A Divina Comédia?

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