Reflexões sobre saúde mental e isolamento social
O isolamento social é uma necessidade que no momento se impõe para contenção da epidemia e cuidados individuais e coletivos. Estamos enfurnados em nossas casas esperando o perigo passar. Nos encontramos todos vulneráveis frente ao vírus que promete contaminar entre sessenta e oitenta por cento da população mundial.
Diversos são os dilemas éticos expostos pela crise: a questão do sentido e propósito da vida; a consciência da inevitabilidade da morte; a questão da assistência à saúde, que pode não ser capaz de atender todas as demandas; a questão da crise econômica decorrente do isolamento versus a necessidade de proteção de vidas.
A instabilidade psicossocial que a pandemia trouxe pode ultrapassar nossa capacidade de enfrentamento. Nossas inseguranças estão expostas: medo de contaminação, medo de morrer, medo levarmos a peste para dentro de nossas casas.
Somos obrigados a reconhecer a nossa falta de controle diante do momento e a avaliar o que é essencial para nós. Somos pequenos e frágeis diante de tamanha ameaça. Sem aviso prévio e sem planejamento algum, tivemos modificadas nossa rotina, nossos trabalhos, escolas, famílias e convívio.
A clínica em saúde mental evidencia as preocupações com a limpeza e a assepsia que chegam a se confundir com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).
Realizadas agora virtualmente, as sessões de psicoterapia revelam a intensificação das crises de pânico e de hipocondria. Mostram também o luto antecipatório e a ansiedade que chegam a obnubilar os juízos.
Fomos postos diante de muitos de nossos limites, passamos a ter que lidar mais com as exigências tecnológicas e, paralelamente, a encarar o tédio e a rotina com o grande desafio de não tornar insuportável a limitação de nossa liberdade.
Alguns especialistas dizem que metade da população mundial irá apresentar alguma manifestação psicopatológica transitória durante e após o distanciamento social, mas não necessariamente terá um diagnóstico em saúde mental.
São comuns alterações de sono; alterações de apetite (para mais ou para menos); queixas de sintomas físicos de ordem psicossomática; sentimentos de tristeza e desamparo; pensamentos recorrentes sobre a situação da pandemia e conflitos interpessoais no ambiente doméstico. Aquelas pessoas que já têm histórico em saúde mental também podem voltar a apresentar algum sintoma.
Estar isolado sozinho pode ser negativo, especialmente para os idosos, mas é bom lembrar que isolamento não significa falta de interação. Os aplicativos e plataformas virtuais de comunicação estão disponíveis para manter o contato com o mundo externo, minimizando a sensação de solidão.
Estar isolado junto com a família, companheiros e filhos pode ser motivo de estresse por dificuldades na conciliação de uma rotina doméstica com teletrabalho e atividades escolares.
A falta de privacidade e espaço no ambiente do lar podem se tornar agravantes. Além disso, a sensação de solidão se evidencia aqui também, pois estar acompanhado pode não significar necessariamente ter suporte social.
O momento que vivemos é complexo, assim como as soluções vindouras o serão, no curto, médio e longo prazos. Não há respostas prontas, cada um deve encontrar o seu melhor caminho frente às questões de saúde mental.
Abaixo compartilho manual da Fiocruz e cartilha PsicoVida, do CNPq, que apresentam sugestões para lidar com aspectos da saúde mental durante a pandemia.
Aproveitar para iniciar a psicoterapia, mesmo que virtualmente, pode também ser bom, pois estamos mais propícios a “olhar para dentro”.
https://blog.scielo.org/wp-content/uploads/2020/04/cartilha.png
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