Eduardo de Ávila
Como sinalizei na semana passada, trago agora a deliciosa experiência de viver o personagem “Papai Noel” por instituições aqui de Belo Horizonte. Anualmente, comecei em 2012, agendo 13 instituições filantrópicas para essa peregrinação.
Esclareço que o número não é aleatório e tampouco tem relação com política, antes que algum afoito coloque sua ira pra fora. 13 é o número do meu time do coração.
Pois bem, vou a creches, asilos e escolas especiais. São três ONGs que ajudo e tudo começou numa sondagem da Vânia (colega de academia dos tempos de Minas Tênis Clube).
Ela chegou, com muito cuidado, me sondando pra ir numa creche que colaborava. Abracei a causa, comprei minha roupa do bom velhinho e nunca mais parei.
A limitação do número de visitas foi até mesmo para conter a demanda, cheguei a fazer 20 numa única temporada.
Estão localizadas, a maioria, em Belo Horizonte e até mesmo em cidades vizinhas como Contagem, Santa Luzia e Sabará.
A experiência é gratificante, conforme disse, e afirmo com convicção que faz bem e melhor a minh’alma ver o delírio daquelas pessoas que precisam de um mínimo de carinho.
As crianças, via de regra, querem puxar a barba. Quando percebem que é “de verdade” vão ao delírio.
Costumam convocar os coleguinhas para conferir se é mesmo real a barba daquele “Papai Noel”. Por mais que puxem, sinceramente, não sinto qualquer dor.
O prazer e a alegria de participar dessa fantasia, um mundo mágico para quem traz poucas expectativas de futuro, supera qualquer eventual desconforto físico.
E os especiais, alguns deles chegaram a me pedir para dar e/ou receber um beijo do “Papai Noel”. Agradecendo e emocionados com a passagem, cantavam que “seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem”.
Já nos asilos e até mesmo em hospitais, convivendo com a dura realidade dessa condição, imaginem aquelas senhorinhas e os senhorzinhos de banho tomado e perfumados, esperando a chegada daquele gordinho de barriga emborrachada, mas de barba real.
Foram muitas fotos, carinhos nos pelos da barba e no rosto, beijos, abraços e a certeza de que no Natal de 2020 vamos nos reencontrar no mesmo lugar.
Se ficaram felizes com nossa rápida passagem por lá, saibam que o sentimento deste personagem foi muito maior.
Aproveito ainda para desejar um ótimo Natal e todos e que os sonhos dessa noite se tornem realidade e, acima de tudo, de solidariedade no futuro.