“Será que sou bipolar? Estou muito instável, acordo de um jeito e vou dormir de outro.”
“Fulano é muito volúvel, cada hora quer uma coisa. Acho que ele é bipolar”.
“Acho que meu filho é bipolar. Desde que entrou na adolescência não o reconheço mais, não sei mais quem ele é. Cada dia está de jeito”.
É impressionante como a apropriação do termo “bipolar” pelo senso comum pode ser criativa, chegando ao extremo de ser utilizado como xingamento em situações que desagradam ou de discordância de opinião.
Mas, o transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença que requer tratamento. Sintomas como instabilidade, inconstância, mudanças de pensamento e de comportamento não significam, necessariamente, o diagnóstico da doença.
O TAB também não se confunde com os altos e baixos que a vida traz, nem com quadros de luto, de tensão pré-menstrual, de angústia existencial, de mudanças relacionadas ao ciclo de vida (como a adolescência), nem com a infinidade de situações que podem provocar alterações no humor, no nível de atividade, na linguagem e na personalidade.
Segundo a CID-X (classificação internacional de doenças), o TAB se caracteriza por “dois ou mais episódios nos quais o humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente perturbados, sendo que este distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma elevação do humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, de um rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade (depressão)”.
A classificação do TAB é basicamente de dois tipos:
(I): tipo maníaco com traços depressivos;
(II) tipo II depressivo com traços hipomaníacos.
Geralmente, a condição tem uma relação maior com o uso de substâncias psicoativas, com um risco maior para tentativas de suicídio.
Dessa forma, os objetivos deste texto é esclarecer sobre sintomas do TAB, estimulando a procura por ajuda de um profissional de saúde mental, além de tentar reduzir o estigma relacionado ao quadro.
O tratamento geralmente abrange medicamentos e psicoterapia.
Deixo como indicação o filme “Mr Jones”, com Richard Gere, e o livro “Uma mente inquieta” de Kay Jamilson, referências fundamentais para a temática.
Se tiver dúvidas, entre em contato ou procure ajuda especializada.
*imagens extraídas da Internet
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