Eduardo de Ávila
Se na última postagem registrei o transtorno que o trânsito da cidade fica nessa época do ano, por outro lado é um período que enche corações e mentes com a chegada do Natal e Ano Novo.
Propósitos são renovados, projetos de mudança de hábitos. Enfim, uma fase de grandes transformações. Algumas definitivas e outras, via de regra, apenas nas intenções.
Cada um de nós tem seus jeitos, costumes e desejos. Se fossemos todos iguais, sem pluralidade de pensamentos e ações, seguramente a vida seria muito sem graça.
Carregamos nossas próprias experiências e, individualmente, de acordo com nossas convicções, traçamos nossas metas e maneira de levar a vida.
Nesta época do ano, durante todo o mês de dezembro, e beirando aí quase dez anos, visito instituições filantrópicas vestido de Papai Noel.
Essa é a maior motivação de ter uma vasta barba. Nada, além disso. Bom, claro que gosto, mas não tem nenhuma relação com ideologia, pensamento filosófico e até mesmo eventuais promessas. Tem quem assegure dessa maneira, não desminto e nem confirmo. Deixo ao vaticínio de cada um.
Pois bem, ontem começou a maratona deste 2018. Serão 21 instituições, entre creches, asilos e congêneres até o próximo dia 23 de dezembro. Todas, diga-se, como voluntário. Desde a primeira vez que, convidado, fui numa creche, jamais pensei em agir diferente. Já até tive proposta, e não era ruim, mas não é meu meio de vida.
Se quando passo as crianças se alegram, de meu lado posso assegurar que me faz um bem tremendo. A cada creche, a cada asilo, anualmente, posso afirmar que tenho contato com mais de mil crianças e também mais de cem assistidos no final de sua trajetória por estes abnegados colaboradores. A troca de energia, com os novinhos e idosos, são como bálsamo na minha vida espiritual.
Saio de cada lugar desses renovado e energizado para a próxima temporada de vida. São 61 anos bem vividos, pena ter descoberto isso depois dos 50, pois teria sido gratificante tempos antes deste primeiro convite que recebi e acabou se transformando na minha rotina de todo final de ano.
Os idosos, alguns se emocionam, abraçam e até choram de emoção com a presença do Papai Noel no seu ambiente de vida. Já as crianças…quanto é bela essa ingenuidade. Agarram na barba e puxam com vontade.
Por mais que possa parecer desconfortável aos que assistem, confesso que deliro ao ouvir. “Fulaninho, vem cá pra ver, é de verdade!” E puxam juntos.
Enquanto força e energia ainda tiver, não quero abrir mão deste momento especial que faz parte da minha rotina. Que assim seja!
Como admiro este Papai Noel