Daniela Piroli Cabral
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge 322 milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente as mulheres. Entre 2005 e 2015, houve um aumento de casos de 18%.
No Brasil, a depressão acomete cerca de 5% da população. De acordo com Associação Psiquiátrica América (APA), a probabilidade de desenvolvermos transtorno depressivo nossa vida é de 12 a 15% para os homens e de 10 a 25% para as mulheres.
Mas o que é a depressão e o que devo fazer?
Geralmente, na consulta clínica, a queixa que o paciente traz abrange os seguintes aspectos:
- Estado emocional desagradável (“eu me sinto infeliz”, “estou preocupado com tudo”);
- Mudança de atitude perante a vida (“eu não tenho mais objetivo algum”, “eu não vejo mais sentido em viver”);
- Relato de sintomas somáticos de natureza especificamente depressiva (fadiga, falta de energia, perda de apetite);
- Sintomas somáticos não típicos de depressão (constipação, cefaleias, lombalgias e etc).
É importante fazer o diagnóstico diferencial de depressão considerando os sinais e sintomas, como rebaixamento do humor (tristeza), pessimismo, autocrítica, queda da energia e do nível de atividade.
Além, é claro, de sensações de baixa autoestima e de baixa autoconfiança, quadro que persistem por pelo menos duas semanas. Também são sintomas frequentes a falta de prazer, do interesse, da atenção e fadiga exacerbada, mesmo para atividades que antes eram comuns de serem realizadas.
São comuns também alterações vegetativas tais como alterações do apetite, do sono e da libido. Em casos extremos, podem chegar a experimentar ideias de suicídio ou de causar danos a si mesmas.
A depressão é uma transtorno multicausal, o que significa que a bioquímica cerebral, características da personalidade, os recursos de enfrentamento da pessoa e os eventos estressantes influenciam o quadro.
A depressão é classificada como leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade e frequência dos sintomas. Ela também pode ser classificada como endógena (de caráter hereditário) ou exógena (de caráter psicossocial, desencadeada por fatores externos: perdas, mudanças, conflitos, contextos de estresse, etc).
Hoje, nosso objetivo é sensibilizar você para o reconhecimento dos sintomas em si e naqueles que estão próximos. Incentivando, também, a procura por ajuda terapêutica. Sabemos que há ainda muito preconceito e estigma relacionados aos transtornos mentais, o que muitas vezes, faz com que as pessoas sofram sozinhas por muito tempo, sem os tratamentos necessários.
Fontes:
- ALFORD, B.; BECK, A. Depressão: causas e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011.
- Classificação Internacional de Doenças – versão X, Capítulo V.