Wander Aguiar
Nova York é, sem dúvida, a minha cidade favorita no mundo. Não posso dizer que sou um frequentador assíduo, porque a vontade de conhecer lugares novos sempre me chama, mas existe algo ali que me puxa de volta. Talvez seja essa sensação de que o tempo simplesmente dispara. A cidade muda o tempo todo, troca de roupa a cada rua, reinventa o próprio ritmo.
E a melhor forma de sentir isso é andando. Caminhar por Nova York transforma qualquer viagem. O metrô funciona muito bem, claro, mas estar nas ruas te coloca dentro do coração da cidade. Os clássicos seguem firmes, sempre prontos para receber quem chega pela primeira vez. O Empire State, a Quinta Avenida, a Estátua da Liberdade, a Times Square. Eles cumprem o papel deles. Mas nada supera um dia perdido, aquele dia em que você não corre atrás de nada e deixa a cidade te encontrar.
Comprar em lojas pequenas, provar uma comida de rua que você nem sabe pronunciar, observar o movimento das pessoas, reparar nos sotaques que cruzam seu caminho. Tudo vira parte da viagem. É curioso, porque sempre consigo montar roteiros perfeitos para os outros, mas nunca consigo finalizar o meu. Nova York sempre inventa novidades antes que eu termine qualquer lista.
E quando você achar que já entendeu Manhattan, faça o favor a si mesmo de atravessar a ponte. O Brooklyn é como respirar mais fundo. Tem cafés que parecem ter saído de filmes, mercados que vibram com vida, parques que pedem para você sentar e ficar um pouco. Em Williamsburg e DUMBO, a cidade ganha outro tom, mais artístico, mais humano, quase íntimo.
Na primeira vez, faça o básico. É ela que decide se você vai amar ou não amar Nova York. Mas, se o amor se instalar, volte. E quando voltar, se perca. Se perca sem pressa, tanto em Manhattan quanto no Brooklyn, deixe a cidade te conduzir.
Só tem uma coisa que eu consigo afirmar com convicção. Nova York nunca será igual. E por mais tempo que você tenha para viver a cidade, sempre vai parecer pouco.
Nova York não anda. Nova York voa.