Círculo virtuoso

Mário Sérgio

Uma das maiores filósofas do nosso tempo, judia nascida na Rússia e radicada nos Estados Unidos, a Dra. Ayn Rand ponderou o seguinte:

“Quando você percebe que, para produzir, precisa autorização de quem nada produz; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia, não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e influência, mais do que pelo trabalho; e que as leis nãos nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção está recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem medo de errar, que sua nação está condenada”.

Houve quem imaginasse que esse entendimento teria sido proferido pela excelente primeira-ministra britânica Margareth Thatcher. Talvez pelo pensamento alinhado, ou pela inteligência e amor dedicado ao seu povo. No entanto, o que realmente importa é que, entender a extensão do que foi dito ampliaria o arcabouço de projetos e ações em prol da construção de um mundo mais justo, mais equilibrado e inclusivo.

É praticamente impossível encontrar referenciais históricos em que governos perdulários, incompetentes, tendentes ao totalitarismo, desvio de caráter e corrupção não optassem como suas vítimas preferenciais as minorias eventualmente fragilizadas. Foi assim em ditaduras como a de Pol Pot, pseudônimo de Saloth Sar, criador do Khmer Vermelho, no Camboja; Idi Amim Dada, em Uganda; Joseph Stalin, na Rússia; Mao Tsé-Tung, na China; Adolf Hitler, na Alemanha, entre outros.

Em todas essas ditaduras, inclusive as não citadas, as pessoas em situação de risco social se tornaram alvos de mais exclusão, torturas ou simples eliminação, como foi o caso do projeto nazista Aktion t-4.

Um experimento de eliminação de PcD, idosos e doentes, para purificação da “raça” ariana.

Para além de todos eles, com a violência clara contra alguns “escolhidos” para responder pelos desmandos de uma administração doentia, é possível encontrar situações similares, efetivadas sob o manto da falsa bondade. Entre as atitudes que ocultam a real intenção cruel, há a distribuição de migalhas diversas que não priorizam o desenvolvimento, a emancipação nem a autoestima. A distorção, em verdade, se enfatiza ao perpetuar a carência, a pobreza e a dependência de benesses vinculantes. Por isso, um IDH tão baixo num país rico como o Brasil, por exemplo. Nessa linha, tamanho analfabetismo, real ou funcional, que incide de forma insidiosa sobre a população carente. E essa política retira-lhes as oportunidades de autonomia ou disponibiliza apenas instrumentos débeis, de baixa qualidade.

Numa analogia simples, é como se o estado arrancasse as pernas de alguém e, em seguida, usasse a narrativa virulenta de que essa pessoa deveria estar agradecida por ganhar muletas do Poder Público. E ainda ousam sugerir a doação dos sapatos que o amputado não vai mais usar.

Sonhar um Brasil melhor, deve incluir a expectativa de educar e capacitar as pessoas para o próprio sustento, educar com qualidade e, assim, criar o “Círculo Virtuoso”, que vai promover a redução das desigualdades sociais e o desenvolvimento holístico do país.

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