Mar de Moana

Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

Sentada na fina e branca areia da praia, de frente para o mar, Maria deixa o fluxo dos pensamentos ir e vir, como as águas.

No vai e vem das ondas, um grão de areia se move. A lembrança do mar de Moana — o desenho animado da Disney — surge em sua mente. Nele, um mar amigo se abre, e Moana, ainda criança, busca sua concha. Ela caminha, colhendo as conchas que o mar lhe oferece. Segue pela abertura das águas, um caminho traçado pelo Oceano brincalhão.

No fluxo dos pensamentos, surge um livro que Maria agendou para ler, mas nunca leu. Um livro desejado pelo título e pela capa, que remetem ao mar de Moana. Seu título: Presente do Mar. Sua capa: uma oferenda das profundezas das águas, uma concha enviada como presente de Poseidon.

Mesmo sem ter lido o livro, Maria viu Moana à cata de suas conchas, da oferenda do rei do mar. E, por meio da livre associação de ideias, emerge um sonho sonhado por Maria, agora misturado ao fluxo de sua memória.

Ela está diante do mar. Ele vem em ondas e se aproxima; Maria, assustada, recua. O movimento continua: ao avanço das ondas, Maria dá passos para trás; quando o oceano recua, ela avança. Como em um passo de dança, um movimento fluido. Até que Maria percebe: ele quer cumprimentá-la. Aproximam-se. O mar estende sua onda-mão, e Maria a alcança. Afunda mar adentro.

Mar de Moana. Mar do nome: Sandra Mar.

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