O Isqueiro de Maconha em Israel

Wander Aguiar

Lembram do churrasco na Palestina? Pois bem, esqueci de apresentar um personagem inusitado que quase roubou a cena: o famigerado Isqueiro de Maconha. Não, eu não fumo, mas, aparentemente, a erva tem o dom de causar caos na minha vida.

Chegando em Jerusalém, Márcia comprou o primeiro isqueiro que viu e não percebeu o desenho. Lá pelas tantas, percebi que aquele inocente isqueiro continha uma grande folha de maconha.

Nada contra, mas não acho adequado, enquanto turista em um Estado radical, sair desfilando com uma folha de maconha no bolso. Mesmo assim, carregamos nosso companheiro até o último dia de viagem.

A aventura de verdade começou no aeroporto de Tel Aviv, conhecido por ser rigorosíssimo na segurança. Já no raio-x, coloquei a mão no bolso e me dei conta: o isqueiro estava comigo! Na hora, visualizei minha estadia prolongada na “salinha” que a gente vê nos documentários do Discovery. Resolvi agir.

Tentei avisar à Camila, de forma discreta, o motivo da minha saída da fila, mas não deu certo. Uma policial me barrou, e justifiquei com uma repentina dor de barriga, dizendo que precisava urgentemente utilizar o banheiro.

Apressei o passo e segui em direção ao banheiro. Para minha sorte, estava trancado para limpeza. Fiquei aguardando e, quando vi o funcionário saindo, fui perguntar se eu podia utilizá-lo. Para minha surpresa, ele era mudo. Pronto! Tentando usar linguagem de sinais, proporcionei a ele e aos demais turistas uma cena patética de simulação de dor de barriga — e deu certo!

Me sentindo um meliante, levei meu amigo para a cabine privada para dar cabo dele e, pasmem, não tinha lixeira na cabine. Sei que coloquei o isqueiro atrás da privada e saí.

Aliviado, voltei para a fila… só para descobrir que meus amigos haviam sumido. Márcia, Camila e Luciano foram separados e interrogados. Descobri depois que as meninas passaram pela temida revista íntima, enquanto eu só encarava o constrangimento moral.

No fim, embarcamos. E o destino? O “glorioso” réveillon etíope, que fechou essa epopeia. Porque, né, turismo sem perrengue não tem graça!

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