Sandra Belchiolina
Se o clima está tenso no escritório, o relatório não sai.
É tempo para o cafezinho,
Tempo de esfriar os ânimos,
Como diria a vovó.
Deu angústia?
Tempo que te quero, tempo de um cafezinho.
Dar uma volta, caminhar, dar um passo a mais para desanuviar,
Como diria a amiga.
Deu saudade?
É tempo do encontro com o cafezinho.
Prosear e, de gole em gole,
De prosa em prosa,
A angústia cede, dando lugar à presença.
Para viagem:
Um cafezinho tomar,
Não qualquer um,
Especiais mundo afora há.
Brasil, Rio de Janeiro:
No Café Lamas, um dos mais antigos das Américas, buscar.
Sem esquecer da beleza da Confeitaria Colombo.
Um café com tango, o destino é certo:
Café Tortoni, o valente de Buenos Aires.
E, quem sabe, prosear com Jorge Luis Borges, Carlos Gardel, entre outros que ali marcaram seus encontros.
Paris, ah Paris e suas cafeterias! Uma cultura inteira expressa aí…
Um encontro com Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre no Café de Flore.
Sem esquecer o La Caféothèque e o Café de La Paix.
Entre os canais de Veneza,
O roteiro cafeeiro segue navegando
Para o Café Florian,
Que carrega o trunfo de ser um dos mais antigos do mundo.
Na bela Cape Town, África do Sul, o Rosetta Roastery se faz necessário.
Em Casco Viejo, na cidade do Panamá, um café geisha, ohh…
Agora, abrindo meu coração, não há café como o da Barinas. Ela fica nas ramificações da Serra da Canastra, ali onde os dinossauros pisaram, o sol nasce primeiro e o vento sopra forte – na cidade de Araxá. Dali sai o grão com o olhar, afeto e zelo do filho. E o café, que é especial, torna-se ainda mais especial – é o melhor do mundo.
Café com afeto
Em amigo teto
Diz logo o que se é.
Aqui ali e acolá
Em diversas esquinas
Café Barinas.