Tadeu Duarte
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E eis que no segundo turno das eleições municipais de Belo Horizonte teremos que escolher entre duas opções: ou o saudosista da Ditadura Militar de 64 ou o militante de uma nova Ditadura Militar versão bolsonarenta de 2022.
Votarei no Leôncio de Suspensórios, afinal, nos livramos da Mula Fascista nas eleições passadas mas ainda é uma árdua luta eliminar seus inúmeros carrapatos.
É meus amigos, o descaso e o descompromisso do PT com Belo Horizonte está cobrando um preço eleitoral amargo.
Lembro da aliança PT/PMDB que apoiou Newton Cardoso para o senado em 2006, e também a trágica dobradinha de Pimentel & o famigerado Aécio das Neves, que colocou Márcio Lacerda, o embusteiro pisca-pisca na PBH em 2008.
De lá pra cá também tivemos Pimentel desgovernando Minas Gerais ao estilo PSDB, voando à passeio com o dinheiro público e sem prestar contas à mínima moralidade na administração pública.
Nessa eleição, o ego de Rogério Correia o impediu de ser vice de Duda Salabert, à sua frente nas pesquisas. Depois de ficar falando sozinho durante toda a campanha, Rogério chegou ao fantástico sexto lugar, atrás até mesmo do desconhecido Gabriel Azevedo, o candidato do Vila da Serra.
A exceção honrosa dos desgovernos da PBH vai para Alexandre Kalil, que embora nunca tenha sido de esquerda, governou com coragem e lucidez naqueles tempos sombrios. Defendeu a vacina e o distanciamento social contra a COVID, fechou comércios e shoppings e foi solidário a quem mais precisa do poder público.
Nessa eleição, Kalil mudou de partido, apoiou Mauro Tramela e perdeu novamente. Burro e pé frio.
Fuad luta contra um câncer e na sua chapa tem como vice um repórter esportivo do Partido Itatiaia.
Damião mexe, remexe, estremece e enlouquece o bairro Concórdia com seu lero-lero pega trouxa que é “Bacana Demais”.
Outro dia ouvindo a propaganda eleitoral, pensei estar na programação normal da Itatiaia.
Difícil distinguir.
Ali falavam Álvaro Damião, Mário Henrique Caixa, Thiago Reis, Leonardo Ângelo e Carlos Viana.
O Partido Itatiaia também tem entre seus membros João Vitor Xavier, Eduardo Costa, Catatau, José Lino, Laudívio Carvalho e certamente outros nomes que agora não me vem à memória.
Passam o ano todo apontando os problemas da cidade e indicando soluções, e, quando chega a eleição, se colocam à disposição para resolvê-los!
Polivalentes, eles cobram o escanteio e correm pra cabecear pro gol.
No Partido Itatiaia, a campanha política nunca acaba.
E nem pode, afinal, a rádio que dá notícia de tudo precisa dos bocas de aluguel pra ajudar a conciliar os muitos interesses dos donos do poder financeiro.
Não é fácil administrar Banco Inter, a rádio Itatiaia, a TV CNN, a empreiteira MRV e o Clube Atlético Mineiro.
É a versão capitalista monopolizada daquelas antigas vendinhas de interior: vendem de tudo, de pinga à modess.
A solução momentânea é fazer o F e tirar BH da perigosa ameaça fascista.
Na verdade, Minas Gerais e sua capital nossa cidade, está vivendo uma de horrores. Somos ricos de pessoas cultas, competentes, intelectuais, pesquisadores, professores, mas somos incapazes de eleger pessoas que não pensem em seus bolsos, mas sim nas pessoas e infraestrutura da cidade. Agora por todos os erros cometidos, teremos de escolher Fuad e torcer muito para um mandato longevo, boa saúde muito diálogo e composição com campo progressista.