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Conservadorismo ou Reacionarismo?

Eduardo de Ávila

É o que restou para o segundo turno das eleições em Belo Horizonte. Nossa capital, que em tempos recentes, mostrou ao Brasil e ao mundo avanços em conquistas sociais com prefeitos interessantes nesse campo de ação, vem demonstrando essa opção. Ficaria apenas em duas citações. Patrus Ananias e Célio de Castro. A sequência desses, certamente explicam essa mudança de comportamento do belorizontino.

Pois que, assistimos com muita frieza a campanha eleitoral desse ano, sem qualquer candidatura que empolgasse. O debate, com o acirramento recente, deixou de levar em conta propostas, privilegiando ataques pessoais. E nem chegamos ao nível horroroso dos paulistas, certamente lá pela presença dessa figura grotesca e imbecil que atende por Pablo Marçal. Sujeito cheio de débito e explicações com a Justiça e a terceiros, que usa documento falso em campanha eleitoral. Enfim, menos mal aos mineiros da capital.

Do lado de cá, que é o que nos interessa nesse momento, meu sonho é derrotar esse campo reacionário representado por bolsolóides presença oportunista em nossas vidas nos últimos anos. São Paulo, apesar de ter segundo turno, pelos números se mostra uma cidade sem empatia e solidariedade que caracterizam os campos populares. Aqui também corremos nessa direção.

Por isso, agora com as duas alternativas que se enfrentam no segundo turno – queiram ou não os defensores da neutralidade – só tem um caminho. Contra o retrocesso e o reacionarismo e também a propagação e incentivo ao ódio, melhor é seguir ao lado de conservadores, ainda que não nos seduza integralmente. Não tem outro caminho, pois se essa gente vencer, preparemo-nos para quatro anos de utilização da PBH como palanque desagregador a serviço de interesses que jamais passam por programas sociais e de interesse público. Reacionário é contra a democracia e defende Ditadura. Se opõem a mudanças sociais e defendem a volta ao passado. Onde existiu até escravidão e tudo a serviço dos donos do poder. Cuidado!

Por pouco seriam duas alternativas confluentes nessa mesma direção. Mas a goela larga atrapalhou esse projeto. Misturaram água com azeite e a coisa degringolou. Tudo pela sede de poder. Não tenho a experiência dos notáveis comandantes dessa derrocada. Gente muito nova e com uma sabedoria precoce que não me faz nenhuma inveja. Minha modesta experiência, começou fazendo boca de urna no distrito de Argenita (Ibiá) ao lado do meu pai ainda na minha infância. Disputei duas eleições e ganhei a primeira. Na segunda, derrotado, entendi o recado e me recolhi. Daí para frente só participação em campanhas de terceiros. Profissionalmente ou como voluntário.

Pois que, minha intuição – que em nada se compara com a experiência e vivência desses novilhos precoces – percebia que o barco estava afundando. O candidato, no caso um evangélico ligado a igreja universal e seu veículo de televisão, liderava todas as pesquisas. Numa jogada de sabichão, trouxe os dois contendores da última eleição estadual  para o seu palanque. O que parecia fatura liquidada, foi o desastre ao seu projeto pessoal.

O preço dessa aventura foi aceitar a imposição de nome para compor sua chapa. Nada menos que uma candidatura derrotada nas últimas eleições municipais, com votação irrisória, mas que tinha como padrinho o governo do Estado. Uma ocupante de uma secretaria impopular e que causou inúmeros dissabores aos servidores estaduais. Em contrapartida, a coordenação geral da campanha entregue ao candidato derrotado nas últimas eleições para governador. Entre algumas aberrações, destaco uma que foi pública, encerrar brusca e grosseiramente uma entrevista do candidato. Esse coordenador virou dono da campanha e da candidatura, exercendo até mesmo – no caso – o papel de assessor de imprensa. Naquele dia ficou claro que o então líder das pesquisas nem iria ao segundo turno. Fora outras trapalhadas até do governo do Estado, por exemplo, a troca de um comando na segurança pública. Perceptível ter sido uma negociata com quem lhe faz oposição. Coisas desses juvenis de novo.

Sigamos, agora é olhar para a frente e fazer a opção. Opto, apesar de toda divergência por aliar a um conservador que demonstra sensibilidade ao diálogo. Com isso, impedindo a ascensão de bolsolóides que – como foi característica do tocador de berrante e mito desse tipo de gente – se acham donos de nossas vidas. Inclusive zombando de pessoas que morreram e precisavam se vacinar em meio a uma crise epidêmica mundial. Sou pela vida e por quem tenha preocupação social. O atual prefeito não me encanta, mas também não me aterroriza. A escolha é nossa! Sigamos!

Em tempo: Noel Rosa, isso está circulando nas redes sociais profetizou: “Fecha a porta da direita, com muito cuidado”. Antigamente, me lembro, era vergonhoso admitir ser desse campo, hoje a degradação é tanta que pobres de classe rica e fake cristãos batem no peito e assumem essa condição. Por fim, ser de esquerda é uma opção de vida (posição filosófica). É onde a solidariedade prevalece sobre o egoísmo. Nada adianta, especialmente a que se diz temente a Deus, rezar e não praticar. Contraditórios! Até porque o Criador nunca sugeriu esse temor a Ele. Enfim, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Agora foi do Caetano, que virou comunista para quem canta e se delicia com suas músicas.

*imagens: 1 e 3) UAI/EM; 2) Redes sociais

Blogueiro

View Comments

  • Meu amigo, este seu artigo expõe mais uma convergência no nosso exercício de análise do atual momento político da nossa BH.

  • Concordo com o Texto! Fuad precisa ganhar! Precisamos fechar as portas para a direita! Chega de discursos e práticas fascistas. Mil Vivas a Democracia. Parabéns Edu pela Coragem em abrir um debate!

  • Querido.
    Vergonha é ser de esquerda e se achar superior, membro de uma elite fracassada e que vive de favores públicos.
    Nunca vi tanto recibo de arrogância em um texto só.
    Continue escrevendo para sabermos como os idiotas de Lourdes e dos condomínios fechados pensam.
    PNSC

    • Querido! Cada qual com a sua vergonha, desde que assumida. Tenho orgulho do privilégio da autocrítica e da opção pelo social. Diferente de quem segue o berrante do inominável.

  • Acertado o seu comentário Eduardo. Fico feliz quando vejo o Silas Malafaia rachando a direito enchendo o Bolsonaro de criticas por ter ficado em cima do muro no caso da eleição para a capital paulista. Eles que se entendam, vão governar longe do nosso Brasil. Não moro em BH, mas aí se morasse teria escolhido o deputado Federal e AmiGalo Rogério Correia (Partido dos Trabalhadores). Acho que a nossa classe é muito grande, porém desunida, encantam sempre pelo canto da serpente. Abraços e no segundo turno é Fuad Noman.

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