Viva a vida!

Peter Rossi

Preciso confessar, a vida me dá muitas chances!

Um novo trabalho com viés literário me permitiu conhecer um dos meus ídolos de juventude. A advocacia também me proporciona momentos inesquecíveis, mas com a literatura é diferente.

Nessa nova empreitada, tive oportunidade de estar frente a frente com os principais autores e escritores do país. Com todos eles troquei palavras de carinho e admiração. Alguns, como Ziraldo e Olavo Romano, não mais estão conosco, mas só tenho recordações de generosidade e respeito. Eu, um simples aprendiz, a conversar de igual por igual com grandes mestres.

A vida é mesmo assim, desnuda cortinas ao abrir as janelas das possibilidades onde menos se espera. E a generosidade é um sentimento em pé de igualdade com o amor. Aliás, é parte indissociável dele.

Mas falava de um novo trabalho. Chegou a possibilidade de edição de um livro de um cantor que nas décadas de 70 e 80, principalmente, cuidou da trilha sonora dos meus primeiros passos nas relações amorosas, na descoberta das sensações, no acalanto dos hormônios.

Mergulhei de cabeça, afinal estava para conhecer uma figura marcante na minha vida. Falo de Márcio Greyck, autor e intérprete de verdadeiro hino: Impossível Acreditar que Perdi Você.

Bastaram trinta páginas e me senti íntimo do Márcio, uma pessoa até certo ponto tímida, mas generosa ao extremo. Me recebeu de braços abertos, sem perceber que minhas pernas tremiam debaixo da mesa.

Conversando com ele, percebi que o livro era um sonho acalentado por muitos anos. Me senti ainda mais responsável, porém extremamente feliz. “Vou ajudar um ícone a realizar um sonho”, pensei eu. Fui catapultado a um patamar que jamais esperava alcançar.

“O menino que eu fui” é um livro sereno, musical, amoroso, contemplativo, fadado ao sucesso, como várias vezes o Márcio alcançou.

Falava da generosidade. É o que acontece nesse momento. Um cantor de sucesso abre mão de sua intimidade e divide com seu público, seus fãs, detalhes pessoais da sua vida. Seus passos de menino, seu primeiro amor, seus primeiros acordes.

Como é maravilhoso participar desse projeto.

Obrigado vida, você sempre me surpreende. Felizmente, nesse caso, não posso dizer que é impossível acreditar que perdi você. Ao revés, sigo ganhando, sempre.

Viva a música, viva a literatura, viva Mário Greyck! Viva aos meninos que fomos, os homens que somos, vida a vida!

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