João

João

Um dos grandes prazeres que tenho na vida é ser avó. Hoje, pego-me embaraçada para escrever para meu neto João que faz oito anos dia 19 de setembro (data dessa publicação). A velocidade do tempo me assusta quando penso nessa passagem, que foi como um cometa.

Teve o tempo que o levava para passear, tomar sol em seu carrinho, seu tempo de bebezinho, seus banhos, de cantar para ele dormir e de acompanhá-lo na sua lalação.Posteriormente, as historinhas foram surgindo e sua preferida era a do Chapeuzinho Vermelho. Essa teve várias versões com João interagindo e escolhendo o que levar para vovozinha – bolos de morangos e abacaxis eram seus preferidos, os caminhos, os bichos que encontra e o destino. Nisso, quando começou a andar, passamos a ir a pé até rua dos cachorrinhos. A batizamos assim devido a grande quantidade de cachorros que apareciam nas casas quando passávamos. Começamos a nomeá-los e identificá-los conforme cor, tamanho, etc. Nessa rua, que é na vizinhança da casa de meu neto, sentávamos num banco para tomar água e comer uma fruta, também para ver os bem-te-vis e sabias que estão na região, rolava uma imitação do canto das aves. Se era final de tarde os jacusfaziam presença constante em sua casa. Às vezes, quando ele topava, andávamos um pouco mais para ir até a beira do rio para bisbilhotar e jogar pedrinhas na água e ver redemoinho surgido, soprar taboas e lançar suas sementes voadoras pelos espaços afora. Um pouco depois chegou a época da bicicleta, andou pouco e por hora não está interessado.

O tempo voou ou como diz a piada: o tempo avuou e chegou o momento do choque. Meu primeiro foi um belo dia ao levá-lo na escola, estava com seis anos, ele deu a entender que não era para ser tratado como criancinha, não era para eu ser uma “vovozinha” perto dos amigos – tradução minha. Assim, foi. Na semana passada, novamente pude pegá-lo na saída da aula e para minha surpresa pegou na minha mão. E, foi com muita alegria que sua mãozinha encontrou a minha.

Outra ficha caiu sobre as mudanças em processo quando disparou na minha frente correndo e eu não conseguia alcançá-lo. João gosta e treina futebol, o que tem lhe dado muita velocidade, e ai…não consigo seguir seu ritmo mais. Esse foi o exato momento que percebi esse tempo fugaz, que escorrega por nossas mãos. E, mesmo assim, tive acerteza de que curtimos muito nossos preciosos dias juntos. Enquanto bebezinho, lhe dando acalanto, alimentando, estar com ele no colo e sentindo seu cheirinho. E as etapas se seguiram: vendo-o falar e dar seus primeiros passos, ir para escolinha e socializar.

Avuou o tempo e nossas diversões atuais passam peloseventos do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, Cinema (adoramos filmes), as historinhas continuam (na hora de dormir), comida japonesa, parques de diversões e assim vai. Quem sabe faremos ainda uma trilha juntos, ou um mergulho, ou, ou, ou… Acho que ainda lerei Carlos Drummond de Andrade ou Guimarães Rosa para ele.

Sigo compartilhando com o Amor de Vida momentos memoráveis e desejando para ele uma vida leve, cheia de amor, saúde, alegrias e que siga sendo esse menininho carinhoso, gentil e que gosta de muitas coisas boas. Esqueci de falar que ele adora teatro e música também. Vivas para o João e que sua vida seja celebrada todos os dias com muito amor!

Ps: Acabo de lembrar que teve uma época que a historinha era a contação sobre como foi o seu dia. E que ele já está escrevendo historinhas. Tem o livro das “Melhores Festas” e do “Diglett.

Será que dá para ler essa homenagem para ele? Será mico? Enfim…

Um comentário sobre “João

  1. Que linda “vivência”, com o seu neto, Sandra! Parabéns ao João e que continue “tecer” estórias e prosseguir com ele, belos e inesquecíveis momentos! Netos, são filhos “com açúcar”!!!! ❤

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