Silvia Ribeiro
Hoje estava me lembrando daqueles amigos imaginários da nossa infância. Aqueles que durante um curto período de tempo caminham lado a lado com a nossa inocência.
São eles que compactuam das nossas travessuras, que dividem os nossos brinquedos, que atrasam o nosso sono. E diversas vezes carregam nos seus ombros, ou nas suas asas, ou sei lá mais o quê, as desculpas para as nossas artes.
É uma relação utópica, embora seja bem real, pelo menos no nosso mundinho particular, e nas nossas viagens etéreas.
Pra gente eles existem como qualquer outro membro da nossa família e merecem ser tratados como tal. E os descrentes que se virem com isso.
Meninos, meninas, não importa. Só queremos aquela presença inusitada e totalmente desacreditada andando pela nossa casa, abrindo os nossos armários, e guardando os nossos segredos.
E em alguns casos por milhares de razões que não cabem aqui, somos punidos por acreditar e manter essa relação. Mas quem se importa?
Somos nós que os escolhemos, somos nós que os batizamos, somos nós que os protegemos. E sobretudo, somos nós que os amamos.
Sem querer pontuar aqui magnetismos, crenças, imaginação, vida após morte ou reencarnação, nem outros ínterins que podem justificar esse enlaçamento.
Geralmente esses seres é que abrem as portas para o nosso primeiro contato com o elo de amizade, de lealdade, e de parceria, é nessa oportunidade que começamos a preparar os nossos sentimentos para as chegadas daqueles que irão protagonizar a vida real.
Até que nos dizem- é hora de brincar de ser gente grande e partir pra luta, coloque
o seu traje de gala, cante a sua canção preferida, e tome um gole bem forte porque você vai precisar.
E lá se vão os nossos amigos imaginários pra nunca mais voltar.
Chegam os “amigos de carne e osso”, os que já macularam a pureza das fantasias e conhecem a popular selva de pedra, e naturalmente farão parte do nosso diário.
Aqueles que te ligam no meio da noite pra saber se ficou tudo bem, os dos abraços gostosos, das risadas escandalosas, das mãos estendidas, ou alguns de um simples estou aqui.
Os das palavras duras, os da falta de tempo, os que não tem laços de sangue, os das lembranças, os das saudades, os do eu volto um dia, os da morte e os do nascimento.
Não poderia me esquecer dos inesquecíveis “amigos(a) colorido”.
Os que chegam de passagem e deixam as suas delícias na nossa pele, os que parecem que foram feitos de sorrisos, e os que tem endereço dentro da gente.
Como diz a canção:
Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito.
“Seja ele imaginário ou não”.
Bons tempos!!;…..hoje amigos até imaginários estão difíceis….imagina de carne e osso ..acho que foram deletados do nosso universo